POR QUE JORNALISTA PRECISA DE DIPLOMA?
DOI:
https://doi.org/10.7867/1981-9943.2008v2n2p103%20-%20119Palabras clave:
Jornalismo. Comunicação Social. Diploma obrigatórioResumen
Este ensaio visa à reflexão sobre uma temática que diz respeito à comunicação social como um todo. O jornalismo – dentro do escopo das disciplinas que lidam com a comunicação – sempre se mostrou paradoxal. Ao mesmo tempo em que cresceu como campo teórico nas últimas décadas e se reinventou a partir das transformações da sociedade e com o advento das novas tecnologias, passou a vislumbrar a necessidade de uma formação específica para sua prática em questionamento. A briga pelo diploma obrigatório chegou às vias de fato em 2001, quando a juíza substituta Carla Rister expediu liminar da 16a. Vara Cível da Justiça Federal de São Paulo e, em consequência, operou uma mudança radical nos pilares do jornalismo brasileiro, ao derrubar a exigência de diploma para obtenção do registro profissional. Imediatamente, entidades de classe e universidades se mobilizaram e, desde então, vem sendo travada uma batalha – principalmente no âmbito jurídico – para redefinir o panorama atual da profissão. A decisão judicial deverá ter sua conclusão no segundo semestre de 2008, com a votação pelo Supremo Tribunal Federal. Acabar com a obrigatoriedade do diploma irá significar, em última análise, delegar a credibilidade do discurso jornalístico a terceiros, sem, no entanto, que se torne claro para os interlocutores da mídia que não-jornalistas se apropriaram deste discurso. Pode-se tomar como exemplo o que ocorre na Internet. Na rede, o conteúdo colaborativo prolifera e todas as pessoas têm a possibilidade de publicar o que bem entenderem, em seus espaços (blogs, sites, redes sociais). Por que estes espaços não possuem credibilidade? Por que não são procurados quando pessoas comuns, pesquisadores, políticos, partem em busca de informação? A resposta é imediata: porque estes espaços não foram produzidos por jornalistas, com todo o significado que esta palavra traduz.
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