Ética e formação linguística para a vida acadêmica: o projeto IFA e a internacionalização na UFPR

Autores

DOI:

https://doi.org/10.7867/1981-9943.2019v13n1p9-29

Palavras-chave:

Internacionalização, Globalização e produção do conhecimento, Ética responsiva em Bakhtin, Políticas linguísticas, Formação de professores.

Resumo

Este artigo trata do processo institucional de internacionalização da UFPR, que coincide com o de outras universidades brasileiras e se intensificou nos últimos anos, em especial entre 2010 e 2015, com o aumento dos investimentos nas universidades e a ampliação do número de programas de pós-graduação, de convênios com universidades de outros países e de programas de mobilidade acadêmica. Esses investimentos deram visibilidade à necessidade de se ampliar a interlocução e cooperação acadêmica e científica com pesquisadores do mundo todo. Durante os últimos anos, diversas iniciativas e projetos, como o IFA (Formação em Línguas para Fins Acadêmicos), buscaram suprir essas demandas em ações institucionais, isoladas entre si, mas com diferentes papeis na formação acadêmica dos estudantes. Em abril de 2018 foi aprovado o Plano Institucional de Internacionalização da UFPR, que define objetivos para as dimensões de ensino, pesquisa, extensão e cultura. Além disso, define também as ações que compõem uma política linguística institucional que privilegia a língua inglesa, conflitando com a perspectiva multilingue e multicultural do documento. Para compreendermos de que forma o Plano pretende articular as ações já existentes com o atual projeto institucional de internacionalização, pretendemos primeiro contextualizar esse processo na UFPR, e depois tratar das perspectivas formativas do projeto IFA. Para problematizar o contexto e as diretrizes que configuram ao Plano Institucional, nos baseamos nas reflexões de Boaventura Souza Santos sobre os desafios das universidades no mundo globalizado do século XXI. O autor contrapõe um projeto mercodológico e produtivista a um projeto transnacional solidário, e se pergunta de que lado estará a universidade. A partir dessa reflexão, avaliamos as políticas linguísticas de internacionalização da UFPR, contrapondo-as à perspectiva de formação do IFA, pautada pela ética responsiva bakhtiniana.

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Biografia do Autor

Deise Cristina de Lima Picanço, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba – PR

Docente no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPR.

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Publicado

07-04-2019

Edição

Seção

Artigos