GAÚCHOS VERSUS NÃO GAÚCHOS: O USO DE LÍNGUA ADICIONAL PARA A CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES SOCIAIS E OPOSIÇÕES INTERACIONAIS EM SALA DE AULA
DOI:
https://doi.org/10.7867/1981-9943.2017v11n1p390-407Palavras-chave:
Análise da Conversa para Aquisição de Segunda Língua, sala de aula, identidades sociais, prática docente.Resumo
O presente artigo examina a construção conjunta, local e contingente da oposição de identidades sociais pelos participantes em uma sala de aula de inglês como língua adicional, através da análise de sua fala-em-interação durante uma atividade pedagógica. A perspectiva teórico-metodológica adotada baseia-se na Análise da Conversa para Aquisição de Segunda Língua (FIRTH; WAGNER, 2007; LODER; JUNG, 2008) e nos estudos das identidades e linguagem no contexto social (MOITA LOPES, 2002; HALL, 2001). O estudo permitiu averiguar que, ao longo da interação, os participantes exibem, uns para os outros, relações identitárias opostas e conflituosas, ao se darem conta de quem são e de quem não são, atuando como agentes da construção de uma polarização entre as categorias identitárias de “gaúchos” versus “não gaúchos”. Tais ações foram desencadeadas por uma discordância em relação à uma posição assumida por um dos participantes, sendo, portanto, o "outro" crucial para a construção, momento-a-momento, dessas identidades sociais opostas, que não são fixas e nem podem ser pré-determinadas pelo pesquisador ou por apenas um dos envolvidos. Ao demostrar que o confronto instaurado abriu espaço para que os participantes, através do uso da linguagem, mobilizassem diferentes recursos linguísticos e extralinguísticos na língua adicional para construírem suas identidades, o estudo fornece uma contribuição para as pesquisas relacionadas a questões identitárias em sala de aula e na prática docente, trazendo elementos para que os educadores atuem de modo inclusivo e reflexivo, promovendo uma aprendizagem mais significativa e efetiva em sala de aula.Downloads
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