O GRITO SUSSURRADO NA CANÇÃO: UMA LEITURA DA LETRA POÉTICA DE QUEIXA, DE CAETANO VELOSO
DOI:
https://doi.org/10.7867/1981-9943.2011v5n1p046-063Palavras-chave:
Letra de música. Poesia. Canção poética. Análise Literária.Resumo
Em meio às discussões controversas acerca do relacionamento da canção popular com a poesia, a canção popular brasileira tem exposto músicos-poetas que se destacam pela qualidade estética nas letras por eles criadas, cujas letras conseguem atingir a tão reivindicada “sustentabilidade poética no papel” e se impor como poesia. A resistência ao reconhecimento do caráter artístico-poético da canção deve-se, sobretudo, ao traço popular e lúdico e à tendência mercantilista que a reveste. Mas, conforme Wisnik (2004), a canção popular brasileira insere-se no popular, de onde se nutre e ao qual retorna, e abriga em si forças paradoxalmente contíguas que são demonstradas pela sua capacidade de captar e expressar a mais íntima subjetividade à luz de uma reelaboração estética e artística, em consonância com o ritmo e as transformações dos tempos. Esta força e movimento lhe conferem características tão peculiares que fogem às expectativas de dominação e de pressões econômica, políticas e acadêmicas. Estas características consolidam a produção da canção nacional como uma rede de recados poéticos transmitidos através de um trabalho de composição simultânea da música e da linguagem, expresso de formas particulares. Gradualmente, muitos críticos e estudiosos de literatura consideram as possibilidades de abordagens de letras de canções investidas de potencialidades poéticas e artísticas, ao mesmo tempo em que reconsideram os seus conceitos sobre os nossos poetas compositores. E, a despeito dessas discussões, a produção artística desses compositores nos possibilita demonstrar que o relacionamento da música com a poesia não se estabelece tão somente através da musicalização de poemas ou da poetização da canção, mas, sobretudo, no universo das suas letras. È o que pretendemos demonstrar nesta abordagem de “Queixa”, de Caetano Veloso, através de uma leitura apoiada teoricamente por POUND, PIGNATARI, RIFATERRE e nos conceitos operatórios de GREIMAS.
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