A TEORIA DA AFILIAÇÃO: notas para pensar a adaptação de novos públicos ao Ensino Superior

Autores

  • Sônia Maria Rocha Sampaio Rocha Sampaio Universidade Federal da Bahia
  • Georgina Gonçalves dos Santos Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.7867/1809-0354.2015v1n10p203-214

Palavras-chave:

afiliação, educação superior, formação, gestão acadêmica, etnometodologia

Resumo

O conceito de afiliação do sociólogo francês Alain Coulon constitui uma utilização da etnometodologia aos processos intelectuais, institucionais e culturais que cercam a adaptação de estudantes à educação superior e é compreendido em três tempos distintos: do estranhamento, da aprendizagem e o tempo da afiliação. A consolidação dessa espécie de “profissão temporária” é crucial para a manutenção da condição estudantil de jovens em instituições dessa natureza. Esse artigo apresenta e discute a utilidade do conceito de afiliação institucional e intelectual para que as universidades brasileiras, que vivem, desde 2008, importantes transformações em consequência da adesão ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) otimizem seu funcionamento, desenvolvendo um sistema de gestão acadêmica capaz de acompanhar as exigências decorrentes da abertura da educação superior para novos públicos. Isso implica enfrentar, com novas estratégias, o abandono e o fracasso na educação superior. No plano humano, isso produz desmotivação, o medo do futuro, um déficit de formação e, frequentemente, menores chances de emprego num mundo extremamente competitivo, com consequências sobre a qualidade do nosso desenvolvimento como nação. Sobre o plano socioeconômico, os investimentos públicos tornam-se “não produtivos”, ou seja, não repercutem, como deveriam, na redução das desigualdades e na inclusão das novas gerações no sistema produtivo e de serviços.

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Biografia do Autor

Sônia Maria Rocha Sampaio Rocha Sampaio, Universidade Federal da Bahia

Professora Associada IV do Instituto de Artes, Humanidades e Ciências Prof. Milton Santos (IHAC) da Universidade Federal da Bahia. Professora visitante na Université Paris 8 (2003 e 2010) e na Universidade de Coimbra (2014). Foi Coordenadora de Ações Afirmativas, Educação e Diversidade da Pró-Reitoria de Assistência Estudantil da UFBA. Tem experiência na área de Psicologia do Desenvolvimento Humano com interface em Educação, atuando, especialmente, na área da Educação Superior. Dirige o grupo de pesquisa Observatório da Vida Estudantil e coordena o Programa de Pós-Graduação Estudos Interdisciplinares sobre Universidade - UFBA. 

Georgina Gonçalves dos Santos, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Professora Adjunta II da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia e diretora do Centro de Artes, Humanidades e Letras (UFRB), tem mestrado em Educação pela Universidade Federal da Bahia e doutorado em Sciences de L’éducation - Université de Paris VIII. Professora permanente do Programa de pós-graduação Estudos Interdisciplinares sobre a Universidade (UFBA). Pesquisadora do Observatório da Vida Estudantil atua principalmente nos seguintes temas: ensino superior, ações afirmativas, políticas sociais e vida universitária.

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Publicado

2015-05-21

Como Citar

ROCHA SAMPAIO, Sônia Maria Rocha Sampaio; GONÇALVES DOS SANTOS, Georgina. A TEORIA DA AFILIAÇÃO: notas para pensar a adaptação de novos públicos ao Ensino Superior. Atos de Pesquisa em Educação, [S. l.], v. 1, n. 10, p. 203–214, 2015. DOI: 10.7867/1809-0354.2015v1n10p203-214. Disponível em: https://ojsrevista.furb.br/ojs/index.php/atosdepesquisa/article/view/4571. Acesso em: 22 dez. 2024.