“FORMAÇÃO DO SUJEITO AUTÔNOMO”: UM JEITO DE OLHAR A ESCOLA NA SOCIEDADE DE CONTROLE

Resumo

Este artigo é resultado de um estudo cujo propósito foi pesquisar o conceito de autonomia dentro de uma instituição específica: a escola moderna. Buscou-se compreender que relações de poder-saber permitem a criação e circulação da formação do sujeito autônomo. À luz das ferramentas metodológicas fornecidas por Michael Foucault, a genealogia e a arqueologia, as seguintes questões guiaram esta pesquisa: a preocupação com a formação do sujeito autônomo está presente na fala das acadêmicas e dos professores do curso de Pedagogia? Como esse conceito aparece nos documentos oficiais da educação básica brasileira? Buscando compreender estas questões, inicialmente mapearam-se os modos como o discurso de autonomia aparece na escola moderna a partir da análise em alguns teóricos e nos principais documentos oficiais que norteiam a educação básica em nosso país. Também, mapearam-se os dizeres das acadêmicas e dos professores do curso de Pedagogia através de uma entrevista. Os dados analisados mostram que na Sociedade de Controle, a formação do sujeito autônomo aparece para a escola como uma exigência. Nesse sentido, duas questões são problematizadas na formação do sujeito autônomo: em que medida autonomia é uma técnica de governo, isto é, uma estratégia para gerir a vida dos sujeitos? Por outro lado, onde há poder há resistências, portanto, em que medida a formação do sujeito autônomo pode ser uma possibilidade de resistência ativa?