A SOBREVIVÊNCIA DO AMOR ROMÂNTICO: UMA EXPRESSÃO DA LINGUAGEM POÉTICA MUSICAL PÓS-MODERNA BRASILEIRA
DOI :
https://doi.org/10.7867/1981-9943.2011v5n1p078-097Mots-clés :
Amor romântico. Linguagem poético musical. Banalização das relações amorosas e imagem poética.Résumé
É fato que a linguagem está presente em todas as civilizações. Através dela além de nos comunicarmos podemos expor pensamentos, emoções e sensações. Ela passa a ser base para a construção da identidade de um grupo, de uma tribo, de uma classe de uma cultura, de um período histórico. Ou seja, ela traz em si especificidades, paradoxos e sinais que permeiam o tempo e ultrapassam o mesmo. Sim, por mais que o ser humano diante de diferentes contextos históricos tenha modificado a dinâmica social, não podemos deixar de perceber que suas emoções e sensações mais intrínsecas a alma ali estavam sufocadas ou refletidas sob alguma forma de expressão. O que isso para nós? Bem é isso que me incomoda e me despertou para uma reflexão sobre o amor. Ah, o amor de Camões, Shakespeare, Florbela Espanca, Maiakowsky, Pablo Neruda, Monet, Alfred Musset, Gonçalves Dias, Castro Alves, Thomas Antônio de Gonzaga, Cecília de Meirelles, Jorge Amado, Vinícius de Moraes e tantos outros poetas que expurgaram da alma a sofreguidão, o hedonismo de poder ao menos sonhar com a entrega, renúncias e que personificaram a imagem poética da pessoa amada foram além dos paradigmas de seus tempos, foram dando voz ao anonimato que encontrara em suas expressões metafóricas o refúgio para que este amor romântico capaz de sacrifícios e renúncias o qual nos confinamos por devoção e por uma espécie de embriaguez de sentimentalidades pudesse sobreviver a rotina, a vida em preto e branco, a crueldade humana e a banalidade das relações amorosas. Sim a banalização do amor, tornou o pragmático, passou a dar o sentido de porto seguro enquanto aquele que se leva nos olhos, dentro da alma, que é incondicional as tempestades, que reflete a imagem poética e traz risos e se torna atemporal aos compromissos tornou se clichê, sobrevive apenas na fantasia e nas expressões poéticas; o amor, este amor que os nossos poetas tanto expressam ficou calado, guardado e agasalhado, algumas vezes, pela mortalha da doce vida que como expectadores sonhamos um dia ter: viver um grande amor. Mesmo que seja por esta expressão artística musical, estando nós entre ofícios e desejos, almejamos encontrá-lo. É nesta perspectiva que escolhi trabalhar, entre tantas, apenas com três canções poemas da modernidade: Você não sabe – Roberto Carlos & Erasmo Carlos Sem você - Vinícius de Moraes & Tom Jobim e Futuros amantes de Chico Buarque. Canções estas que mesmo diante de um contexto histórico que retrai as emoções e o romantismo de outrora acabam por oxigenar a sociedade desta época com suas cargas emotivas, dando sentido à sobrevivência do amor romântico em diversas maneiras, nas quais nos deparamos com o eu poemático trovadoresco, amante da sensação que o amor provoca que derrama sentimentalidades em acordes musicais e consequentemente alimentando aqueles que se permitem a sensibilidade o estado hedonista, inebriante e acalentador que o amor em sua essência pode nos presentear.
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