POR UMA GESTÃO EMOCIONAL SUSTENTÁVEL: A METÁFORA COMO RECURSO PERSUASIVO EM UMA REPORTAGEM SOBRE ECOLOGIA EMOCIONAL
DOI :
https://doi.org/10.7867/1981-9943.2009v3n3p257-270Mots-clés :
Metáfora, recurso persuasivo, linguagem jornalística.Résumé
Os novos estudos sobre a metáfora realizados nas últimas décadas levaram à superação do conceito desse tropo apenas como ornamento lingüístico, próprio do discurso poético ou retórico. Observou-se que a linguagem comum, mesmo a científica, supostamente literal, é carregada de metáforas. Começou-se então a tratar o processo metafórico de uma perspectiva interacional, como fruto da associação de dois domínios diversos, conferindo à metáfora um estatuto cognitivo, embora ainda abordada a partir de seu uso na linguagem. Em 1980, com a publicação do livro Metaphors we live by, de Lakoff e Johnson, intensificou-se a discussão sobre a natureza conceitual da metáfora e sua grande influência sobre o pensamento humano. Sob essa visão, o termo metáfora já não designaria as expressões lingüísticas metafóricas, mas os conjuntos de correspondências conceituais, denominados mapeamentos, entre domínio fonte, materializado por experiências concretas, legitimado sócio e linguisticamente, e domínio alvo. As expressões metafóricas seriam, assim, licenciadas por esse mapeamento no processo de inferência de um domínio para o outro. Contudo, tem sido uma tendência dos estudos linguísticos na atualidade abordar a metáfora de uma perspectiva sociocognitiva, no âmbito da linguagem em uso, em que se "transfere a metáfora da mente para o mundo", como propõe Gibbs (1999). Sob esse ângulo, acredita-se que a metáfora pode ser mais bem compreendida a partir do contexto discursivo, sem dicotomizar-se mente, sociedade e linguagem. É nessa perspectiva que se inscreve o presente trabalho, em que tentamos compreender os efeitos de sentido produzidos pelo uso da metáfora no discurso jornalístico. Acreditando que a metáfora estabelece ligações entre argumentos lógicos e emocionais, perguntamos: Como as metáforas empregadas em um texto jornalístico sobre a relação entre emoções e ecologia podem exercer um papel persuasivo e sensibilizar o leitor? Para responder à questão, analisamos um corpus composto de expressões metafóricas utilizadas em uma reportagem sobre ecologia emocional (Munaretti e Queiroz, 2008, p.114). Para tanto, seguimos os passos sugeridos por Steen (1999) 1- identificação do foco da metáfora - 2- identificação da idéia metafórica 3- identificação da comparação não-literal - 4- identificação da analogia não-literal - 5- identificação do mapeamento não-literal. A partir dessa análise, buscando articular o enfoque cognitivo com o enfoque pragmático, objetivamos verificar que papel a metáfora cumpre na produção texto/sentido, como estratégia linguístico-discursiva.
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