MULHERES NO CENÁRIO EDUCACIONAL PARANAENSE:
SUJEITOS DE FAZERES E NÃO DE SABERES
DOI:
https://doi.org/10.7867/1809-03542025e11932Palavras-chave:
História da Educação, Educação no Paraná, Mulheres ProfessorasResumo
Este artigo discutiu a atuação das mulheres na educação paranaense, não apenas como professoras, mas também como produtoras e mediadoras de um pensamento educacional. Visando trazer elementos empíricos para a problematização, foi realizado o levantamento da presença feminina nos Boletins da Secretaria de Educação e Cultura do Paraná, publicados entre 1951 e 1953. Nesse período, entre diversos homens, figuraram apenas quatro mulheres: Maria Falce de Macedo, Helena Kolody, Eny Caldeira e Odila Portugal Castagnoli. Além da baixa frequência, as publicações enfatizaram seus feitos em salas de aula ou não direção escolar. A representação dessas professoras como sujeito de fazeres e não de saberem indicava que elas ganhavam relativa relevância por suas práticas, mas eram invisibilizadas enquanto intelectuais femininas no cenário paranaense.
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