IMPACTO DO GERENCIAMENTO DE RESULTADOS E DA RESTRIÇÃO FINANCEIRA NA ESTRUTURA DE CAPITAL DE EMPRESAS BRASILEIRAS
Mots-clés :
Gerenciamentos de Resultados, Endividamento., Restrição Financeira, Estrutura de CapitalRésumé
Este estudo teve como objetivo investigar o impacto do gerenciamento de resultados e das restrições financeiras sobre o endividamento das empresas brasileiras. Para isso, foram coletados dados financeiros de 277 empresas brasileiras de capital aberto, de 2011 a 2018, perfazendo uma amostra com 2.207 observações. Com base no teste não paramétrico de Mann-Whitney, analisou-se a hipótese de igualdade das medianas dos indicadores financeiros dos agrupamentos, conforme indícios de gerenciamento de resultados ou restrição financeira. Por meio de modelos de regressão multivariada em painel, estimada por Efeitos Fixos com Erros Robustos Clusterizados, pode-se concluir como principais resultados: (1) pela existência de evidências empíricas de que a restrição financeira afeta de forma positiva o endividamento; (2) não se observou relacionamento estatisticamente significativo entre gerenciamento de resultados e endividamento; e (3) a presença simultânea de restrição financeira e de indícios de alisamento de resultados mostra-se negativamente associada ao endividamento das empresas brasileiras. Os resultados deste presente estudo contribuem para o debate a respeito dos determinantes do endividamento de empresas brasileiras de capital aberto.
Téléchargements
Références
Acharya, V. V., & Lambrecht, B. M. (2015). A Theory of Income Smoothing When Insiders Know More Than Outsiders. Review of Financial Studies, 28(9), 2534–2574. https://doi.org/10.1093/rfs/hhv026
Albanez, T. (2012). Efeitos do market timing sobre a estrutura de capital de companhias abertas brasileiras (Universidade de São Paulo). https://doi.org/10.11606/T.12.2012.tde-01112012-195136
Albanez, T., & Valle, M. R. do. (2009). Impactos da assimetria de informação na estrutura de capital de empresas brasileiras abertas. Revista Contabilidade, & Finanças, 20(51), 6–27. https://doi.org/10.1590/S1519-70772009000300002
Albanez, T., Valle, M. R. do, & Corrar, L. J. (2012). Fatores institucionais e assimetria informacional: influência na estrutura de capital de empresas brasileiras. RAM. Revista de Administração Mackenzie, 13(2), 76–105. https://doi.org/10.1590/S1678-69712012000200004
Almeida, H., & Campello, M. (2007). Financial Constraints, Asset Tangibility, and Corporate Investment. Review of Financial Studies, 20(5), 1429–1460. https://doi.org/10.1093/rfs/hhm019
Almeida, J. E. F., Sarlo Neto, A., Bastianello, R. F., & Moneque, E. Z. (2012). Effects of income smoothing practices on the conservatism of public companies listed on the BM, & FBOVESPA. Revista Contabilidade, & Finanças, 23(58), 65–75. https://doi.org/10.1590/s1519-70772012000100005
Amiram, D., & Owens, E. (2018). Sign reversal in the relationship between income smoothing and cost of debt. Journal of Business Finance, & Accounting, 45(1–2), 40–71. https://doi.org/10.1111/jbfa.12295
Baker, M., & Wurgler, J. (2002). Market timing and capital structure. Journal of Finance, 57(1), 1–32. https://doi.org/10.1111/1540-6261.00414
Barton, J. (2001). Does the Use of Financial Derivatives Affect Earnings Management Decisions? The Accounting Review, 76(1), 1–26. https://doi.org/10.2308/accr.2001.76.1.1
Beyer, A., Guttman, I., & Marinovic, I. (2014). Earnings Management and Earnings Quality: Theory and Evidence. SSRN Electronic Journal. https://doi.org/10.2139/ssrn.2516538
Cardoso, R. L., & Martins, V. (2004). Hipótese de Mercado Eficiente e Modelo de Precificação de Ativos Financeiros. In Teoria Avançada da Contabilidade (Atlas, p.70 -132). São Paulo.
Carlin, D. de O. (2009). Fatores motivadores e limitadores do alisamento de resultados (income smoothing) pelas empresas listadas na Bovespa. (Universidade do vale do Rio dos Sinos). http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/2859
Carvalho, F. L., & Kalatzis, A. E. G. (2018). Earnings quality, investment decisions, and financial constraint. Review of Business Management, 20(4), 573–598. https://doi.org/10.7819/rbgn.v0i0.3067
Carvalho, F. L., Kalatzis, A. E. G., & Albuquerque, A. A. (2014). The relationship between earnings quality and the probability of efficient investment decisions in Latin America. Latin American J. of Management for Sustainable Development, 1(2/3), 229-250. https://doi.org/10.1504/lajmsd.2014.065481
Castro, A. R. (2008). Análise Do Alisamento De Resultados Contabeis Nas Empresas Abertas Brasileiras. Dissertação Ciências Contábeis. http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/7403
Castro, M. A. R., & Martinez, A. L. (2009). Income smoothing, custo de capital de terceiros e estrutura de Capital no Brasil. RAM. Revista de Administração Mackenzie, 10(6), 25–46. https://doi.org/10.1590/S1678-69712009000600004
Chang, C.-C., Kao, L.-H., & Chen, H.-Y. (2018). How does real earnings management affect the value of cash holdings? Comparisons between information and agency perspectives. Pacific-Basin Finance Journal, 51(2017), 47–64. https://doi.org/10.1016/j.pacfin.2018.06.001
Correa, C. A., Basso, L. F. C., & Nakamura, W. T. (2013). A estrutura de capital das maiores empresas brasileiras: análise empírica das teorias de Pecking Order e trade-off, usando panel data. RAM. Revista de Administração Mackenzie, 14(4), 106–133. https://doi.org/10.1590/s1678-69712013000400005
Costa, C. M., Matte, A. M., & Monte-Mor, D. S. (2018). Endividamento e decisões contábeis: a relação não linear entre dívida e qualidade dos lucros. Revista de Contabilidade e Organizações, 12, e137077. https://doi.org/10.11606/issn.1982-6486.rco.2018.137077
Dechow, P. M., & Dichev, I. D. (2002). The quality of earnings : the role accruals estimation errors. The Accounting Review, 77(2002), 35–59. https://doi.org/10.2308/accr.2002.77.s-1.35
Dechow, P. M., Sloan, R. G., & Sweeney, A. P. (1995). Detecting Earnings Management. The Accounting Review, 70(2), 193–255. https://www.jstor.org/stable/248303
Dechow, P., Ge, W., & Schrand, C. (2010). Understanding earnings quality: A review of the proxies, their determinants and their consequences. Journal of Accounting and Economics, 50(2–3), 344–401. https://doi.org/10.1016/j.jacceco.2010.09.001
DeFond, M. L., & Park, C. W. (1997). Smoothing income in anticipation of future earnings. Journal of Accounting and Economics, 23(2), 115–139. https://doi.org/10.1016/S0165-4101(97)00004-9
Eckel, N. (1981). Smoothing Hypothesis Revisited. Abacus, 17(1), 28–40.
Edi, N., Bte, A., Norazami, F., & Abdullah, B. (2012). Reviewing Relationship between Capital Structure and Firm’s Performance in Malaysia. International Journal of Advances in Management and Economics, 1(4), 151–156.
Fávero, L. P. L. (2013). Panel data in accounting and finance: theory and application. Brazilian Business Review, 10(1), 127–149. https://doi.org/10.15728/bbr.2013.10.1.6
Fazzari, S. M., Hubbard, R. G., Petersen, B. C., Blinder, A. S., & Poterba, J. M. (1988). Financing Constraints and Corporate Investment. Brookings Papers on Economic Activity, 1988(1), 141. https://doi.org/10.2307/2534426
Fonseca, A. R., & González, F. (2008). Cross-country determinants of bank income smoothing by managing loan-loss provisions. Journal of Banking, & Finance, 32(2), 217–228. https://doi.org/10.1016/j.jbankfin.2007.02.012
García Lara, J. M., García Osma, B., & Penalva, F. (2009). Accounting conservatism and corporate governance. Review of Accounting Studies, 14(1), 161–201. https://doi.org/10.1007/s11142-007-9060-1
Giannini, A. G. (2013). Análise dos fatores determinantes do endividamento das empresas brasileiras do agronegócio listadas na Bovespa (BM&F Bovespa). 0–67.
Gomes-Tago, E. H., Aranha, A. V., Sassi, C. P., & Carvalho, F. L. (2017). Governança corporativa e suavização de resultados. XX SEMEAD.
Gordon, M. J. (1966). Discussion of the Effect of Alternative Accounting Rules for Nonsubsidiary Investments. Journal of Accounting Research, 4(71), 220. https://doi.org/10.2307/2490183
Graham, J. R., & Harvey, C. R. (2001). The theory and practice of corporate finance: evidence from the field. Journal of Financial Economics, 60(2–3), 187–243. https://doi.org/10.1016/S0304-405X(01)00044-7
Greenawalt, M. B., & Sinkey, J. F. (1988). Bank loan-loss provisions and the income-smoothing hypothesis: An empirical analysis, 1976–1984. Journal of Financial Services Research, 1(4), 301–318. https://doi.org/10.1007/BF00235201
Hall, T. W. (2012). The collateral channel: Evidence on leverage and asset tangibility. Journal of Corporate Finance, 18(3), 570–583. https://doi.org/10.1016/j.jcorpfin.2011.12.003
Healy, P. M., & Palepu, K. G. (1993). The Effect of Firms’ Financial Disclosure Strategies on Stock Prices. Accounting Horizons, Vol. 7, pp. 1–11.
Healy, P. M., & Wahlen, J. M. (1999). A Review of the Earnings Management Literature and Its Implications for Standard Setting. Accounting Horizons, 13(4), 365–383. https://doi.org/10.2308/acch.1999.13.4.365
Hepworth, S. R. (1953). Smoothing Periodic Income. Accounting Review, 28(1), 32.
Jensen, M., & Meckling, W. (1976). Theory of the firm: managerial behavior, agency costs and ownership structure. Journal of Financial Economics, 3, 305–360.
Jones, J. J. (1991). Earnings Management During Import Relief Investigations. Journal of Accounting Research, 29(2), 193. https://doi.org/10.2307/2491047
Kaplan, S. N., & Zingales, L. (1997). Do Investment-Cash Flow Sensitivities Provide Useful Measures of Financing Constraints? The Quarterly Journal of Economics, 112(1), 169–215. https://doi.org/10.1162/003355397555163
Konraht, J. M., Soutes, D. O., & Alencar, R. C. de. (2016). A relação entre a governança corporativa e o alisamento de resultados em empresas brasileiras. Revista Contabilidade e Controladoria, 8(1), 47–62. https://doi.org/10.5380/rcc.v8i1.38219
Korajczyk, R. A., & Levy, A. (2003). Capital structure choice: Macroeconomic conditions and financial constraints. Journal of Financial Economics, 68(1), 75–109. https://doi.org/10.1016/S0304-405X(02)00249-0
Kurt, A. C. (2018). How Do Financial Constraints Relate to Financial Reporting Quality? Evidence from Seasoned Equity Offerings. European Accounting Review, 27(3), 527–557. https://doi.org/10.1080/09638180.2017.1279556
Lamont, O., Polk, C., & Saá-Requejo, J. (2001). Financial Constraints and Stock Returns. Review of Financial Studies, 14(2), 529–554. https://doi.org/10.1093/rfs/14.2.529
Leite, M., Savariz, C. R., & Silva, T. P. da. (2018). Influência da assimetria de informação na estrutura de capital em empresas brasileiras. Desafio Online, 6, 388–409. https://periodicos.ufms.br/index.php/deson/article/view/5832
Leuz, C., Nanda, D., & Wysocki, P. D. (2003). Earnings management and investor protection: An international comparison. Journal of Financial Economics, 69(3), 505–527. https://doi.org/10.1016/S0304-405X(03)00121-1
Lima, G. A. S. F. (2007). Utilização da teoria da divulgação para avaliação da relação do nível de disclosure com o custo da dívida das empresas brasileiras. Tese, 7(3), 118. https://doi.org/10.1017/CBO9781107415324.004
Martinez, A. L. (2001). “Gerenciamento” dos resultados contábeis: estudo empírico das companhias abertas brasileiras. (Universidade de São Paulo). https://doi.org/10.11606/T.12.2002.tde-14052002-110538
Martinez, A. L. (2006). Minimizando a Variabilidade dos Resultados Contábeis: Estudo Empírico do Income Smoothing no Brasil. Revista Universo Contábil, 2(1), 9–25. https://doi.org/10.4270/ruc.20062
Medeiros, J. T., & Mota, R. H. G. (2016). Análise da Influência do endividamento na suavização de resultados das empresas listadas na BM&Bovespa.
Medeiros, N. C. D. de, Carvalho, F. D. M., Chain, C. P., Benedicto, G. C. de, & Silva, W. S. da. (2018). Estrutura de capital e assimetria de informação: um estudo em empresas brasileiras de capital aberto dos setores têxtil e de energia elétrica. Revista de Administração Da UFSM, 11(2), 268. https://doi.org/10.5902/1983465913257
Mendes, C., & Rodrigues, L. (2006). Estudo de práticas de earnings management nas empresas portuguesas cotadas em bolsa: Identificação de alisamento de resultados e seus factores explicativos. Tékhne - Revista de Estudos Politécnicos, III(5–6), 145–173.
Modigliani, F., & Miller, M. H. (1958). The Cost of Capital, Corporation Finance and the Theory of Investment. The Economic Journal, 20(77), 103. https://doi.org/10.2307/2220605
Modigliani, F., & Miller, M. H. (1963). Corporate income taxes and the cost of capital: a correction. The American economic review, 53(3), 433-443..
Myers, S., & Majluf, N. (1984). Corporate Financing and Investment Decisions When Firms Have Information That Investors Do Not Have. In National Bureau Of Economic Research. https://doi.org/10.3386/w1396
Myers, S.C. (1977). Determinants of Corporate Borrowing. Journal of Financial Economics 5, 5, 147–175. https://doi.org/10.1253/circj.CJ-16-0846
Myers, S.C. (1984). The Capital Structure Puzzle. The Journal of Finance, 39(3), 574–592. https://doi.org/10.1111/j.1540-6261.1984.tb03646.x
Orlova, S., Harper, J. T., & Sun, L. (2020). Determinants of capital structure complexity. Journal of Economics and Business, 105905. https://doi.org/10.1016/j.jeconbus.2020.105905
Pellicani, A. (2011). Governança Corporativa e Restrição Financeira nas Decisões de Investimento. 1–113.
Rajan, R. G., & Zingales, L. (1995). What Do We Know about Capital Structure? Some Evidence from International Data. The Journal of Finance, 50(5), 1421–1460. https://doi.org/10.1111/j.1540-6261.1995.tb05184.x
Ramos, G. M., & Martinez, A. L. (2004). Governança Corporativa e Gerenciamento de Resultados Contábeis. ANPAD, 1–15. http://www.anpad.org.br/diversos/down_zips/10/enanpad2006-fica-3120.pdf
Ronen, J., Tzur, J., & Yaari, V. L. (2007). Legal insider trading, CEO’s incentives, and quality of earnings. Corporate Ownership and Control, 4(3 B), 210–219. https://doi.org/10.22495/cocv4i3c1p4
Schauer, C., Elsas, R., & Breitkopf, N. (2019). A new measure of financial constraints applicable to private and public firms. Journal of Banking, & Finance, 101, 270–295. https://doi.org/10.1016/j.jbankfin.2019.01.008
Spence, M. (1973). Job Market Signaling. The Quarterly Journal of Economics, 87(3), 355. https://doi.org/10.2307/1882010
Trueman, B., & Titman, S. (1988). An Explanation for Accounting Income Smoothing. Journal of Accounting Research, 26(1988), 127. https://doi.org/10.2307/2491184
Verdi, R. S. (2006). Financial Reporting Quality and Investment Efficiency. SSRN Electronic Journal. https://doi.org/10.2139/ssrn.930922
Whited, T. M., & Wu, G. (2006). Financial Constraints Risk. Review of Financial Studies, 19(2), 531–559. https://doi.org/10.1093/rfs/hhj012
Yamamoto, M. M., & Salotti, B. M. (2006). Informação contábil: estudos sobre a sua divulgação no mercado de capitais (Atlas, Ed.).
Yang, T.-H., Hsu, J., & Yang, W.-B. (2016). Firm’s motives behind SEOs, earnings management, and performance. International Review of Economics, & Finance, 43, 160–169. https://doi.org/10.1016/j.iref.2015.10.038
Zani, J. (2005). Estrutura de Capital: Restrição Financeira E Sensibilidade Do Endividamento Em Relação Ao Colateral (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). http://hdl.handle.net/10183/6524
Zendersky, C. H. (2005). Gerenciamento de Resultados em Instituições Financeiras no Brasil – 2000 a 2004. 134.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
Os direitos autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais. A revista permitirá o uso dos trabalhos publicados para fins não-comerciais, incluindo direito de enviar o trabalho para bases de dados de acesso público. Os artigos publicados são de total e exclusiva responsabilidade dos autores.
• O(s) autor(es) autoriza(m) a publicação do artigo na revista;
• O(s) autor(es) garante(m) que a contribuição é original e inédita e que não está em processo de avaliação em outra(s) revista(s);
• A revista não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es);
• É reservado aos editores o direito de proceder ajustes textuais e de adequação do artigo às normas da publicação;
• O(s) autor(es) declaram que o artigo não possui conflitos de interesse.