UM ESTUDO SOBRE A INFLUÊNCIA DA ÁREA DE CONHECIMENTO E DO GRAU DE INSTRUÇÃO NA AVERSÃO À PERDA
DOI :
https://doi.org/10.4270/ruc.2023127Mots-clés :
Aversão à perda, Área de conhecimento, Grau de instrução acadêmicoRésumé
Esta pesquisa tem por objetivo investigar a associação entre o comportamento da aversão à perda com a área de conhecimento e o grau de instrução acadêmico dos discentes das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) do Estado do Rio Grande do Norte. Foi adotado um survey, aplicando-se um questionário estruturado dividido em duas partes: a primeira, composta por dez questões adaptadas do estudo de Kahneman e Tversky (1979); a segunda, composta por seis questões sobre o perfil dos participantes. O instrumento de coleta de dados foi hospedado no Google Forms e enviado para discentes de graduação e de pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e da Universidade Federal do Semi-Árido (UFERSA), considerando as nove grandes áreas de conhecimento divididas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), obtendo-se uma amostra final de 3.864 respondentes. Como técnica de análise, utilizou-se da estatística descritiva e o teste qui-quadrado. Os resultados sugerem que, assim como evidenciado na pesquisa de Kahneman e Tversky (1979), a amostra se apresenta significativamente mais avessa ao risco para ganhos e propensa ao risco para perdas, indicando a presença da aversão à perda. Em relação a influência da área de conhecimento, verificou-se significância estatística, indicando que as pessoas das áreas de Ciências Biológicas (CB); Ciências Humanas (CH) e Linguística, Letras e Artes (LLA) apresentaram menor vulnerabilidade a tal ilusão cognitiva. No tocante ao grau de instrução acadêmico, não se constatou associação com a aversão à perda.
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