FLORES DO ABISMO, IMAGENS DO INCONSCIENTE
DOI :
https://doi.org/10.7867/1981-9943.2012v6n2p215-233Mots-clés :
virgem, crítica de arte, psicologia da arte, saúde mental, imagens do inconscienteRésumé
Apresentado sob a forma de ensaio, este artigo pretende trazer à tona uma discussão histórica acerca da relação arte–loucura no Brasil. Fruto de pesquisa que teve como objeto a fortuna crítica escrita sobre as primeiras exposições do Museu de Imagens do Inconsciente, este trabalho almeja articular dois campos de pouca aproximação: crítica de arte e saúde mental, sobretudo a partir do trabalho de Mario Pedrosa. Foi possível averiguar, ao longo da investigação, que houve um posicionamento assumido pelos críticos de arte àquela época (estamos na década de 1940), posição que se dividia basicamente em duas, aqui brevemente exploradas: daqueles que incentivavam as exposições, e desse modo atestavam a artisticidade dos trabalhos produzidos no ateliê do Centro Psiquiátrico Pedro II (onde fora inaugurado o Museu); e a daqueles que censuravam o caráter artístico das “imagens do inconsciente”, como ficariam conhecidas as obras ali produzidas. Desse modo, podemos dizer que, com efeito, a arte virgem – assim intitulada por Pedrosa – funcionaram como uma espécie de aguilhão para a renovação de nossas práticas em saúde, mas influenciariam sobretudo na finalização de um ciclo do modernismo em nosso país.
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