A INFLUÊNCIA DA PROPRIEDADE ESTATAL NO DESEMPENHO DAS EMPRESAS NO MERCADO DE CAPITAIS BRASILEIRO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.4270/ruc.2023112

Palavras-chave:

Estrutura de Propriedade, Empresas Estatais, Teoria dos Direitos de Propriedade, Teoria dos Custos de Transação, Teoria da Agência.

Resumo

Esta pesquisa objetivou analisar a influência da propriedade estatal no desempenho das firmas e foi desenvolvida com base nas teorias de Direitos de Propriedade, Custo de Transação e Agência, que em alinhamento, proporcionaram um panorama mais preciso sobre este tema dinâmico. O exame foi conduzido através de teste de hipótese da relação entre a Propriedade Estatal (PE) e o desempenho das empresas representado pelo Valor Adicionado Líquido. A relação estatística foi realizada através da regressão em painel Pooled MQO, e, como complemento empírico, utilizou-se também a Regressão Quantílica. Os resultados das regressões pooled MQO e Quantílica convergiram e se complementaram, evidenciando que a Propriedade Estatal (PE) detém relação positiva e significante com o desempenho das empresas analisadas, contribuindo assim para a melhoria da geração de valor adicionado nestas entidades, até um certo limite. A principal contribuição do estudo foi a de demonstrar empiricamente a influência da propriedade estatal no desempenho das empresas e trazer para dentro do debate teórico o Estado em sua forma empresarial.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Abramov, A., Radygin, A., & Chernova, M. (2017). State-owned enterprises in the Russian market: Ownership structure and their role in the economy. Russian Journal of Economics, 3(1), 1-23.

Alchian, A. A., & Demsetz, H. (1972). Production, information costs, and economic organization. The American Economic Review, 62(5), 777-795.

Amin, M. Y., & Haq, Z. U. (2021). BRIC without B: Does ownership structure matters for firm performance in emerging economies?. Quality & Quantity, 56(1), 217-226.

Ang, J. S., & Ding, D. K. (2006). Government ownership and the performance of government-linked companies: The case of Singapore. Journal of Multinational Financial Management, 16(1), 64-88.

Banerjee, A., & De, A. (2015). Impact of capital structure decisions on financial performance during pre-and post-recession period. Management and Labour Studies, 40(1-2), 176-193.

Barnett, W.P., Greve, H.R. and Park, D.Y. (1994), An evolutionary model of organizational performance. Strategic Management Journal, 15, 11-28. https://doi.org/10.1002/smj.4250150903

Barzel, Y. (1997). Economic analysis of property rights (2nd ed). Cambridge University Press: Cambridge.

Bhasa, M. P. (2015) Ownership structure and performance of listed state-owned enterprises Vis-À-Vis Comparable Private Enterprises: Evidence from India. The IUP Journal of Corporate Governance, 14(3), 7-24.

Boubaker, S., Nguyen, P., & Rouatbi, W. (2016). Multiple large shareholders and corporate risk‐taking: Evidence from French family firms. European Financial Management, 22(4), 697-745.

Boycko, M., Shleifer, A., & Vishny, R. W. (1996). A theory of privatization. The Economic Journal, 106(435), 309-319.

Brasil. (2016). Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016. Dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13303.htm

Bruton, G. D., Peng, M. W., Ahlstrom, D., Stan, C., & Xu, K. (2015). State-owned enterprises around the world as hybrid organizations. Academy of Management perspectives, 29(1), 92-114.

Caixe, D. F., & Krauter, E. (2013). A influência da estrutura de propriedade e controle sobre o valor de mercado corporativo no Brasil. Revista Contabilidade & Finanças, 24, 142-153.

Campos, T. L. C. (2006). Estrutura da propriedade e desempenho econômico: uma avaliação empírica para as empresas de capital aberto no Brasil. Revista de Administração-RAUSP, 41(4), 369-380.

Claessens, S., Djankov, S., & Lang, L. H. (2000). The separation of ownership and control in East Asian corporations. Journal of Financial Economics, 58(1-2), 81-112.

Coase, R. H. (1937). The nature of the firm. Economica, 4, 386–405.

Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Pronunciamento Técnico CPC 9 - Demonstração do Valor Adicionado. http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/175_CPC_09.pdf.

Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Pronunciamento Técnico CPC 18 - Investimento em Coligada e em Controlada. http://www.portaldecontabilidade.com.br/legislacao/CPC_18_(R2).pdf.

Demsetz, H., & Villalonga, B. (2001). Ownership structure and corporate performance. Journal of Corporate Finance, 7(3), 209-233.

Desender, K. A., Aguilera, R. V., Crespi, R., & GarcÍa‐cestona, M. (2013). When does ownership matter? Board characteristics and behavior. Strategic Management Journal, 34(7), 823-842.

Djankov, S., & Murrell, P. (2002). Enterprise restructuring in transition: A quantitative survey. Journal of Economic Literature, 40(3), 739-792.

Duarte, F. C. D. L., Girão, L. F. D. A. P., & Paulo, E. (2017). Avaliando modelos lineares de value relevance: Eles captam o que deveriam captar?. Revista de Administração Contemporânea, 21, 110-134.

Eckel, C., Eckel, D., & Singal, V. (1997). Privatization and efficiency: Industry effects of the sale of British Airways. Journal of Financial Economics, 43(2), 275-298.

Fama, E. F., & Jensen, M. C. (1983). Separation of ownership and control. The Journal of Law and Economics, 26(2), 301-325.

Firth, M., Lin, C., & Wong, S. M. (2008). Leverage and investment under a state-owned bank lending environment: Evidence from China. Journal of Corporate Finance, 14(5), 642-653.

Fosu, S. (2013). Capital structure, product market competition and firm performance: Evidence from South Africa. The Quarterly Review of Economics and Finance, 53(2), 140-151.

Garcia, I. A. S., & Martins, O. S. (2015). Estruturas de propriedade e controle e o desempenho das companhias abertas não financeiras no Brasil. Revista de Contabilidade & Controladoria, 7(2), 110.

Goldeng, E., Grünfeld, L. A., & Benito, G. R. (2008). The performance differential between private and state-owned enterprises: The roles of ownership, management and market structure. Journal of Management Studies, 45(7), 1244-1273.

Grout, P. A., & Stevens, M. (2003). The assessment: financing and managing public services. Oxford Review of Economic Policy, 19(2), 215-234.

Hahn, A. V., Nossa, S. N., Teixeira, A. J., & Nossa, V. (2010). Um estudo sobre a relação entre a concentração acionária e o nível de payout das empresas brasileiras negociadas na Bovespa. Contabilidade Vista & Revista, 21(3), 15-48.

Haller, A., & van Staden, C. (2014). The value-added statement – an appropriate instrument for Integrated Reporting. Accounting, Auditing & Accountability Journal, 27(7), 1190-1216.

He, L., Jiang, R., & Bennett, M. M. (2020). The rise of Chinese foreign direct investment in the United States: Disentangling investment strategies of state‐owned and private enterprises. Growth and Change, 51(4), 1562-1587.

International Monetary Fund (IMF). Policies to support people during the COVID-19 Pandemic. Chapter 3 Stat-Owned Enterprises: the other government. Fiscal Monitor, 2020. https://www.imf.org/en/Publications/FM/Issues/2020/04/06/fiscal-monitor-april-2020#Chapter%203.

Jakob, B. (2017). Performance in strategic sectors: A comparison of profitability and efficiency of state-owned enterprises and private corporations. The Park Place Economist, 25(1), 8.

Jensen, M. C.; Meckling. (1976). W. H. Theory of the firm: Managerial behavior, agency costs and ownership structure. Journal of Financial Economics, 3(4), 305-360.

Jiang, Y., Peng, M. W., Yang, X., & Mutlu, C. C. (2015). Privatization, governance, and survival: MNE investments in private participation projects in emerging economies. Journal of World Business, 50(2), 294-301.

Kim, J., & Mahoney, J. T. (2005). Property rights theory, transaction costs theory, and agency theory: An organizational economics approach to strategic management. Managerial and decision economics, 26(4), 223-242.

La Porta, R., Lopez‐de‐Silanes, F., & Shleifer, A. (1999). Corporate ownership around the world. The Journal of Finance, 54(2), 471-517.

Lazzarini, S. G. (2015). Strategizing by the government: Can industrial policy create firm‐level competitive advantage?. Strategic Management Journal, 36(1), 97-112.

Li, S., Lin, Y. C., & Selover, D. D. (2014). Chinese state-owned enterprises: Are they inefficient?. Chinese Economy, 47(5-6), 81-115.

Liu, S. B., Hsueh, S. J., & Wu, T. P. (2017). Shareholdings of board members and corporate performance: A panel quantile regression analysis. Global Economic Review, 46(3), 271-298.

Ma, L., Xu, F., Najaf, I., & Taslima, A. (2021). How does increased private ownership affect financial leverage, asset quality and profitability of Chinese SOEs?. Chinese Political Science Review, 6, 251-284.

Machado, M. A. V., Macedo, M. A. D. S., & Machado, M. R. (2015). Análise da relevância do conteúdo informacional da DVA no mercado brasileiro de capitais. Revista Contabilidade & Finanças, 26, 57-69.

Marschner, P. F., Dutra, V. R., & Ceretta, P. S. (2019). Alavancagem financeira e rentabilidade nas empresas brasileiras listadas na B3. Revista Universo Contábil, 15(2), 44.

Massarutto, A., Garlatti, A., Miani, S., Cassetta, E., & Iacuzzi, S. (2020). Evaluating the performance of local SoEs as output‐maximizing entities: The case of Friuli Venezia Giulia. Annals of Public and Cooperative Economics, 92(2), 307-332.

Musacchio, A., & Lazzarini, S. G. (2014). Reinventing state capitalism: Leviathan in business, Brazil and beyond. Harvard University Press.

Musacchio, A., Lazzarini, S. G., & Aguilera, R. V. (2015). New varieties of state capitalism: Strategic and governance implications. Academy of Management Perspectives, 29(1), 115-131.

Nakhaei, H., Hamid, N. I. N. B., Anuar, M. B. A., & Nakhaei, K. (2012). Performance Appraisal with Accounting and Value Based Measures. IPEDR, 54(24), 123-129.

Nguyen, T., & Nguyen, H. C. (2015). Capital structure and firms’ performance: Evidence from Vietnam’s stock exchange. International Journal of Economics and Finance, 7(12), 1-10. doi: dx.doi.org/10.5539/ijef.v7n12p1

Organization for Economic Co-operation and Development – OECD. (2015). Guidelines on corporate governance of state-owned enterprises. Paris: OECD Publishing. https://www.oecd-ilibrary.org/docserver/9789264244160-en.pdf?expires=1525143795&id=id&accname=guest&checksum=B2662129EA67C32FC64B1C876DC3D2F2.

Okimura, R. T., Silveira, A. D. M. D., & Rocha, K. C. (2007). Estrutura de propriedade e desempenho corporativo no Brasil. RAC eletrônica, 1(1), 119-135.

Overland, C., Mavruk, T., & Sjögren, S. (2012). Keeping it real or keeping it simple? Ownership concentration measures compared. In The 4th workshop of the Nordic Corporate Governance Network, Reykjavik University June 15, 2012.

Pedersen, T., & Thomsen, S. (2003). Ownership structure and value of the largest European firms: The importance of owner identity. Journal of Management and Governance, 7, 27-55.

Peng, M. W., Bruton, G. D., Stan, C. V., & Huang, Y. (2016). Theories of the (state-owned) firm. Asia Pacific Journal of Management, 33, 293-317.

Rönkkö, J., Paananen, M., & Vakkuri, J. (2018). Exploring the determinants of internal audit: Evidence from ownership structure. International Journal of Auditing, 22(1), 25-39.

Rygh, A., & Benito, G. R. (2021). Governmental goals and the international strategies of state-owned multinational enterprises: a conceptual discussion. Journal of Management and Governance, 26(4), 1155-1181.

Santos, A., Chan, B. L., & da Silva, F. L. (2007). Análise dos impactos da privatização na distribuição de riqueza a partir da demonstração do valor adicionado. Revista Universo Contábil, 3(2), 6-21.

Schwind, R. W. (2016). Empresas Estatais e Empresas Público-Privadas: Novos Desafios da Atuação Empresarial do Estado. Revista de Direito Administrativo Contemporâneo – REDAC, 22.

Shleifer, A., & Vishny, R. W. (1997). A survey of corporate governance. The Journal of Finance, 52(2), 737-783.

Shleifer, A., & Vishny, R. W. (1986). Large shareholders and corporate control. Journal of Political Economy, 94(3), 461-488.

Silveira, A. D. M. D., Barros, L. A. B. D. C., & Famá, R. (2008). Atributos corporativos e concentração acionária no Brasil. Revista de Administração de Empresas, 48, 51-66.

Zhou, K. Z., Gao, G. Y., & Zhao, H. (2016). State ownership and firm innovation in China: An integrated view of institutional and efficiency logics. Administrative Science Quarterly, 62(2), 375-404.

Willemyns, I. (2016). Disciplines on state-owned enterprises in international economic law: Are we moving in the right direction?. Journal of International Economic Law, 19(3), 657-680.

Williamson, O. E. (1985). Yhe Economic Institutions of Capitalism: Firms, markets, relational Contracting. Free Press.

Williamson, O. E. (1975). Markets and hierarchies, analysis and antitrust implications: A study in the economics of internal organization, New York: Free Press. 1975.

Williamson, O. E. (2005). The economics of governance. American Economic Review, 95(2), 1-18.

Downloads

Publicado

2024-04-17

Como Citar

Santos, L. da C., & Machado, M. R. (2024). A INFLUÊNCIA DA PROPRIEDADE ESTATAL NO DESEMPENHO DAS EMPRESAS NO MERCADO DE CAPITAIS BRASILEIRO. Revista Universo Contábil, 19(1). https://doi.org/10.4270/ruc.2023112

Edição

Seção

Seção Nacional