DE QUE FORMA OS GESTORES PERCEBEM AS CRÍTICAS AO ORÇAMENTO EMPRESARIAL?

Auteurs-es

  • Daniel Magalhães Mucci Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo http://orcid.org/0000-0002-0658-1470
  • Fabio Frezatti Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo

DOI :

https://doi.org/10.4270/ruc.2017429

Mots-clés :

Orçamento empresarial, Críticas ao orçamento, Pesquisa de campo.

Résumé

O objetivo do estudo é explorar a percepção de gestores de diversas áreas de uma organização de grande porte do setor elétrico brasileiro sobre as críticas ao orçamento tradicional. As críticas abrangem quatro grupos: efeitos perversos sobre os comportamentos dos gestores, inadaptação ao ambiente, ritual e foco excessivo no curto prazo. A pesquisa consiste em um estudo de caso que adota o nível de análise do indivíduo e área, e cujo foco são gestores que participam do processo orçamentário, compondo uma população de 180 gestores. Foram realizadas 9 entrevistas e aplicado um questionário eletrônico em que foi obtida uma amostra de 75 respondentes. Para análise de dados, utilizamos a estatística descritiva, o teste de diferença de médias e a análise do discurso. Os resultados indicam para um baixo nível de críticas ao processo orçamentário, o que converge com os resultados de pesquisas empíricas anteriores desenvolvidas no ambiente nacional e internacional. As críticas com maior concordância no questionário foram o foco excessivo no curto prazo e os efeitos perversos sobre os comportamentos das pessoas. Também identificamos que certas críticas estão associadas à área de formação e à área de atuação do gerente. Através das entrevistas pudemos nos aprofundar na discussão das críticas, por meio dos fragmentos dos discursos dos gestores. Dentre as contribuições destaca-se o olhar para as críticas no contexto profissional e abrangendo as percepções de executivos que não são da área financeira dentro de um único ambiente organizacional. Nesse sentido, propomos que as críticas ao orçamento sejam interpretadas em função do interesse e que as insatisfações sejam tratadas a partir de diferentes perspectivas e ações nas diversas áreas da empresa.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Références

AHMAD, N. N.; SULAIMAN, M.; ALWI, N. M. Are budgets useful? A survey of Malaysian companies. Managerial Auditing Journal, v. 18, n. 9, p. 717-724, 2003.

ARGYRIS, C. The impact of budgets on people. New York: Controllership Foundation, 1952.

BARRETT, M. E.; FRASER, L. B. Conflicting roles in budgeting for operations. Harvard Business Review, v. 55, n. 4, p. 137-146, 1977.

BESCOS, P. L.; CAUVIN, E.; LANGEVIN, P.; MENDOZA, C. Critiques du budget: une approche contingente. Comptabilité-Contrôle-Audit, v. 10, n. 1, p. 165-185, 2004.

BHIMANI, A.; SIVABALAN, P.; SOONAWALLA, K. A study of the linkages between rolling budget forms, uncertainty and strategy. The British Accounting Review, In Press, Corrected Proof, 2017.

BOURMISTROV, A.; KAARBØE, K. From comfort to stretch zones: a field study of two multinational companies applying “beyond budgeting†ideas. Management Accounting Research, v. 24, n. 3, p. 196-211, 2013.

BURRELL, G.; MORGAN, G. Sociological paradigms and organisational analysis. London: Heinemann, 1979.

COHEN, J. Statistical power analysis for the behavioral sciences. Hilsdale. NJ: Lawrence Earlbaum Associates, 1988. (2).

DILLMAN, D. A. Mail and internet surveys: the tailored design method. New York: Wiley, 2007.

EKHOLM, B. G.; WALLIN, J. Is the annual budget really dead? European Accounting Review, v. 9, n. 4, p. 519-539, 2000.

EKHOLM, B. G.; WALLIN, J. The impact of uncertainty and strategy on the perceived usefulness of fixed and flexible budgets. Journal of Business Finance & Accounting, v. 38, n. 1-2, p. 145-164, 2011.

FANK, O. L.; ANGONESE, R.; LAVARDA, C. E. F. A percepção dos gestores acadêmicos de uma IES quanto às críticas ao orçamento. Contabilidade, Gestão e Governança, v. 14, n. 1, p. 82-93, 2011.

FREZATTI, F. Beyond budgeting: inovação ou resgate de antigos conceitos do orçamento empresarial? RAE-Revista de Administração de Empresas, v. 45, n. 2, p. 23-33, 2005.

FREZATTI, F. Orçamento Empresarial: planejamento e controle gerencial. São Paulo: Atlas, 2009.

FREZATTI, F. et al. Críticas ao orçamento: problemas com o artefato ou a não utilização de uma abordagem abrangente de análise? ASAA-Advances in Scientific and Applied Accounting, v. 3, n. 2, p. 190-216, 2010.

FROW, N.; MARGINSON, D.; OGDEN, S. “Continuous†budgeting: reconciling budget flexibility with budgetary control. Accounting, Organizations and Society, v. 35, n. 4, p. 444-461, 2010.

GOEBEL, S.; WEIßENBERGER, B. E. The dark side of tight financial control: causes and remedies of dysfunctional employee behaviors. Schmalenbach Business Review, v. 17, n. 1, p. 69-101, 2016.

HANSEN, S. C.; VAN DER STEDE, W. A. Multiple facets of budgeting: an exploratory analysis. Management Accounting Research, v. 15, n. 4, p. 415-439, 2004.

HANSEN, S. C.; OTLEY, D. T.; VAN DER STEDE, W. A. Practice developments in budgeting: an overview and research perspective. Journal of Management Accounting Research, v. 15, n. 1, p. 95-116, 2003.

HENTTU-AHO, T. Enabling characteristics of new budgeting practice and the role of controller. Qualitative Research in Accounting & Management, v. 13, n. 1, p. 31-56, 2016.

HOPE, J.; FRASER, R. Beyond budgeting. Boston: Harvard Business School Press, 2003.

HOPWOOD, A. G. An empirical study of the role of accounting data in performance evaluation. Journal of Accounting Research, v. 10, p. 156-182, 1972.

JENSEN, M. C. Corporate budgeting is broken, let's fix it. Harvard Business Review, November, p. 94-101, 2001.

JORDAN, S.; MESSNER, M. Enabling control and the problem of incomplete performance indicators. Accounting, Organizations and Society, v. 37, n. 8, p. 544-564, 2012.

KIHN, L. A. How do controllers and managers interpret budget targets? Journal of Accounting & Organizational Change, v. 7, n. 3, p. 212-236, 2011.

LIBBY, T.; LINDSAY, R. M. Beyond budgeting or budgeting reconsidered? A survey of North-American budgeting practice. Management Accounting Research, v. 21, n. 1, p. 56-75, 2010.

LYNE, S. R. The role of the budget in medium and large UK companies and the relationship with budget pressure and participation. Accounting and Business Research, v. 18, n. 71, p. 195-212, 1988.

MALMI, T.; BROWN, D. A. Management control systems as a package -opportunities, challenges and research directions. Management Accounting Research, v. 19, n. 4, p. 287-300, 2008.

MARGINSON, D.; OGDEN, S. Coping with ambiguity through the budget: the positive effects of budgetary targets on managers' budgeting behaviours. Accounting, Organizations and Society, v. 30, n. 5, p. 435-456, 2005.

MERCHANT, K. A. The effects of financial controls on data manipulation and management myopia. Accounting, Organizations and Society, v. 15, n. 4, p. 297-313, 1990.

MUCCI, D. M. Influência do estilo de uso do orçamento empresarial sobre as percepções de seus usuários. 2014. Dissertação de Mestrado. 181 f. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014.

MUCCI, D. M.; FREZATTI, F.; DIENG, M. As múltiplas funções do orçamento empresarial. RAC-Revista de Administração Contemporânea, v. 20, n. 3, p. 283-304, 2016.

NEELY, A.; SUTCLIFF, M. R.; HEYNS, H. R. Driving value through strategic planning and budgeting. New York: Accenture, 2001.

OPPENHEIM, A. N. Questionnaire design and attitude measurement. New York: Basic Books, 1966.

OTLEY, D. Performance management: a framework for management control systems research. Management Accounting Research, v. 10, n. 4, p. 363-382, 1999.

PEREIRA, M. C.; BRITO, M. D. A análise do discurso como prática e processo de produção de sentidos: proposta teórico-metodológica. In: CARRIERI, A. D. P.; SARAIVA, L. A. S.; PIMENTEL, T. D.; SOUZA-RICARDO, P. A. G. (eds). Análise do discurso em estudos organizacionais. Curitiba: Juruá, 2009. (p. 53-78).

PEREZ, L. F. R.; ROBSON, K. Ritual legitimation, de-coupling and the budgetary process: managing organizational hypocrisies in a multinational company. Management Accounting Research, v. 10, n. 4, p. 383-407, 1999.

PIHLANTO, P. The role of the individual actor in different accounting research perspectives. The holistic individual image as a tool for analysis. Scandinavian Journal of Management, v. 19, n. 2, p. 153-172, 2003.

SCHMIDT, J. A. Is it time to replace traditional budgeting? Journal of Accountancy, v. 174, n. 4, p. 103, 1992.

SPONEM, S. Diversité des pratiques budgétaires des entreprises françaises: proposition d'une typologie et analyse des déterminants. 2004. Tese de Doutorado. 482 f. Université Paris Dauphine-Paris IX, Paris, 2004.

SPONEM, S.; LAMBERT, C. Pratiques budgétaires, rôles et critiques du budget. Perception des DAF et des contrôleurs de gestion. Comptabilité-Contrôle-Audit, v. 16, n. 1, p. 159-194, 2010.

SPONEM, S.; LAMBERT, C. Exploring differences in budget characteristics, roles and satisfaction: a configurational approach. Management Accounting Research, v. 30, p. 47-61, 2016.

VAN DER STEDE, W. A. The relationship between two consequences of budgetary controls: budgetary slack creation and managerial short-term orientation. Accounting, Organizations and Society, v. 25, n. 6, p. 609-622, 2000.

VAN DER STEDE, W. A.; YOUNG, S. M.; CHEN, C. X. Assessing the quality of evidence in empirical management accounting research: the case of survey studies. Accounting, Organizations and Society, v. 30, n. 7, p. 655-684, 2005.

WOUTERS, M.; ROIJMANS, D. Using prototypes to induce experimentation and knowledge integration in the development of enabling accounting information. Contemporary Accounting Research, v. 28, n. 2, p. 708-736, 2011.

Publié-e

2018-03-27

Comment citer

Mucci, D. M., & Frezatti, F. (2018). DE QUE FORMA OS GESTORES PERCEBEM AS CRÍTICAS AO ORÇAMENTO EMPRESARIAL?. Revista Universo Contábil, 13(4), 127–154. https://doi.org/10.4270/ruc.2017429

Numéro

Rubrique

Seção Nacional