GOVERNANÇA CORPORATIVA NO BRASIL: CONTRASTE DE PRÁTICAS ENTRE BANCOS E INSTITUIÇÕES NÃO FINANCEIRAS
DOI :
https://doi.org/10.4270/ruc.20128Mots-clés :
Mercado Financeiro e AcionárioRésumé
Estudos como os realizados por Adams e Mehran (2003), Macey e O’Hara (2003), Leeladhar (2004) e Levine (2004) assinalam que as instituições financeiras apresentam características distintas das instituições que compõem os demais segmentos da economia. Diante dessa constatação, este artigo se propõe a analisar se existem diferenças de práticas de governança corporativa entre instituições financeiras e instituições não financeiras no Brasil. Para atingir esse objetivo, foram selecionadas duas amostras, sendo uma composta pelos 15 maiores bancos com informações sobre governança corporativa nos seus sítios na Internet e a outra formada por 15 empresas não financeiras que compõem o Nível 2 de Governança Corporativa da BM&FBOVESPA. Utilizaram-se as mesmas variáveis do estudo realizado por Adams e Mehran (2003), que, de acordo com os resultados de pesquisas realizadas por diversos estudiosos do tema, representam de forma mais fidedigna as principais práticas de governança corporativa. Essas variáveis dizem respeito, primordialmente, às estruturas internas de governança e à propriedade em bloco dos acionistas. Para fins deste estudo, foram adicionadas duas outras variáveis tidas como relevantes pelos principais códigos internacionais de governança corporativa: (i) a existência de Comitê de Auditoria e (ii) o prazo de mandato dos conselheiros. O resultado da pesquisa, obtido por meio de testes estatísticos para diferenças de média, revelou que, estatisticamente, pode-se inferir que não há diferenças significativas na maioria das práticas de governança corporativa adotadas por instituições financeiras e instituições não financeiras no Brasil, à exceção das variáveis Comitê de Auditoria e Prazo do Mandato.Téléchargements
Références
ADAMS, R.; MEHRAN, H. Is Corporate Governance different for Bank Holding Companies? FRBNY Economic Policy Review, v. 9, n. 1, Apr., 2003. pp. 123-142.
BECHT, M.; BOLTON, P.; RÖEL, A. Corporate Governance and Control. In: CONSTANTINIDES, G.M.; HARRIS, M.; STULZ, R. M. (Org.). Handbook of the Economics of Finance. Amsterdan: Elsevier, 2003. pp. 1-109. http://dx.doi.org/10.1016/S1574-0102(03)01005-7
BOOTH, J.; CORNETT, M. M.; TEHRANIAN, H. Boards of Directors, Ownership, and Regulation. Journal of Banking and Finance, v. 26, pp. 1973-1996, 2002. http://dx.doi.org/10.1016/S0378-4266(01)00181-9
BRASIL. Conselho Monetário Nacional. Resolução nº 3.198, de 27 de maio de 2004. Altera e consolida a regulamentação relativa à prestação de serviços de auditoria independente para as instituições financeiras, demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil e para as câmaras e prestadores de serviços de compensação e de liquidação. Disponível em: . Acesso em: 15 dez. 2010.
CAPRIO JR., G.; LEVINE, R. Corporate governance in finance: concepts and international observations. In: Financial Sector Governance: the roles of the public and private sectors. Washington, DC: Brookings Institution Press, 2002. pp. 17-50.
CIANCANELLI, P.; GONZALEZ, J. A. R. Corporate Governance in Bank: a conceptual framework. Disponível em: <http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=253714>. Acesso em: 30 dez. 2010. http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.253714
COSTA, T. A.; FAMÁ, R.; SANTOS, J. O. Serão as boas práticas de governança corporativa complemento ou substituto da regulamentação imposta à indústria bancária? In: SEMINÁRIOS EM ADMINISTRAÇÃO (SEMEAD), 10., 2007, São Paulo. Anais... São Paulo: FEA/USP, 2007.
DIAMOND, D. W.; DYBVIG, P. H. Bank runs, deposit insurance and liquidity. The Journal of Political Economy, v. 91, n. 3, 1983. http://dx.doi.org/10.1086/261155
DIAMOND, D. W. Financial intermediation and delegated monitoring. The Review of Economic Studies, p. 393-414, 1984. http://dx.doi.org/10.2307/2297430
FAMA, E. F. What’s different about banks? Journal of Monetary Economics, v. 15, n. 1, p. 29-39, Jan. 1985. http://dx.doi.org/10.1016/0304-3932(85)90051-0
FLANNERY, M. J.; KWAN, S.; NIMALENDRAN, M. Market evidence on the opaqueness of Banking Firms’ Assets. ELEVENTH ANNUAL UTAH WINTER CONFERENCE, 2001. Anais eletrônicos... 2001. Disponível em: <http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=234988>. Acesso em: 30 dez. 2010. http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.234988
FURFINE, C. H. Banks as monitors of other banks: evidence from the Overnight Federal Funds Market. Journal of Business, v. 74, p. 33-57, 2001. http://dx.doi.org/10.1086/209662
GURLEY, J.; SHAW, E. Money in a theory of finance. Washington: Brooking Institutions, 1960.
IANNOTTA, G. Testing for Opaqueness in the European Banking Industry: Evidence from Bond Credit Ratings. SDA Bocconi. Working Paper nº 122/04, 2004. http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.570483
INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA (IBGC). Níveis de governance corporative. Disponível em: . Acesso em: 15 dez. 2010.
LEELADHAR, V. Corporate Governance in Banks. Reserve Bank of India Bulletin. Dec., p. 1101-1104, 2004.
LEVINE, R. Financial development and economic growth: views and agenda. Journal of Economic Literature. v. 35, p. 688-726, 1997.
LEVINE, R. The Corporate Governance of Banks: a concise discussion of concepts and evidence. Global Corporate Governance Forum, Discussion Paper Nº 3. Washington, United States of America, Jul., 2003.
LEVINE, Ross. The Corporate Governance of Banks: A concise Discussion of Concepts and Evidence. World Bank Policy Research, Working Paper 3404, Sep., 2004.
LEVINE, R. Finance and growth: theory and evidence. In: AGHION, P.; DURLAUF, S. (Eds.). Handbook of Economic Growth. Amsterdam: North-Holland Elsevier Publishers, 2005. http://dx.doi.org/10.1016/S1574-0684(05)01012-9
MACEY, J. R.; O’HARA, M. The Corporate Governance of Banks. Freny Economic Policy Review, p. 91-107, Apr. 2003.
MARCASSA, A. C. Mecanismos de Governança Corporativa em Bancos. In: SEMANA DE CONTABILIDADE DO BANCO CENTRAL, 2000. Anais eletrônicos... Brasília, 2000. Disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2010.
PEREIRA, A. N. Comitês de Auditoria em Bancos Brasileiros: uma Abordagem Exploratória e Introdutória. In: CONGRESSO USP DE CONTROLADORIA E CONTABILIDADE, 5., 2005. São Paulo. Anais eletrônicos... 2005. Disponível em: <http://www.congressousp.fipecafi.org/artigos52005/151.pdf>. Acesso em: 30 dez. 2010.
PEREIRA, A. N.; WERNECK, M. Especialista em finanças do comitê de auditoria: uma visão documental e comparativa das práticas do Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Unibanco. In: SIMPÓSIO FUCAPE DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA, 4., 2006. Anais eletrônicos... 2006. Disponível em: <http://www.fucape.br/simposio/4/artigos/antonioII.pdf>. Acesso em: 30 dez. 2010.
POLO, A. Corporate Governance of Banks: the current state of the debate. Jan. 2007. Disponível em: <http://mpra.ub.uni-muenchen.de/2325/>. Acesso em: 30 dez. 2010. http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.958796
PROWSE, S. The Corporate Governance System in Banking: What do we Know? Banca del Lavoro Quartely Review, p. 11-40, Mar., 1997.
SARCINELLI, M. State aids in rescuing and restructuring operations: should banks be treated differently from other businesses? In: EHLERMANN, C. D.; EVERSON, M. The Robert Schuman Centre, European University Institute (Org.). European Competition Law Annual 1999: selected issues in the field of state aids. Oregon: Hart Publishing Oxford and Portland, 2001, pp. 305-22.
SHLEIFER, A.; VISHNY, R. W. A survey of corporate governance. Journal of Finance, v. 52, p. 737-783, 1997.
SILVEIRA, A. M. Governança corporativa e estrutura de propriedade: determinantes e relação com o desempenho das empresas no Brasil. 2004. 250f. Tese (Doutorado) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, 2004.
SILVEIRA, A. M. Governança corporativa no Brasil e no mundo: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
TOBIN, J. Financial innovation and deregulation in perspective. Bank of Japan monetary and economic studies, 1985.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
Os direitos autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais. A revista permitirá o uso dos trabalhos publicados para fins não-comerciais, incluindo direito de enviar o trabalho para bases de dados de acesso público. Os artigos publicados são de total e exclusiva responsabilidade dos autores.
• O(s) autor(es) autoriza(m) a publicação do artigo na revista;
• O(s) autor(es) garante(m) que a contribuição é original e inédita e que não está em processo de avaliação em outra(s) revista(s);
• A revista não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es);
• É reservado aos editores o direito de proceder ajustes textuais e de adequação do artigo às normas da publicação;
• O(s) autor(es) declaram que o artigo não possui conflitos de interesse.