JULGAMENTO E TOMADA DE DECISÃO DOS CONTADORES NO PROCESSO DE CONTROLE DO ATIVO IMOBILIZADO

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.4270/ruc.2020103

Palabras clave:

Julgamento e Tomada de Decisão, IFRS, Racionalidade Limitada, Teoria Institucional, Controle de Ativos Fixos.

Resumen

Este estudo analisou características individuais e pressões institucionais que influenciam o julgamento e a tomada de decisão (JDM) de contadores em empresas que adotam as International Financial Reporting Standards (IFRS) e como o fazem no processo de controle do imobilizado. Como lente teórica foram utilizadas a Teoria da Racionalidade Limitada e a Teoria Institucional. Dados foram coletados junto a 28 contadores de grandes empresas brasileiras. Os resultados revelaram que tanto as características individuais - limitações cognitivas, informacionais e situacionais - quanto as pressões institucionais - coercitivas, normativas e miméticas - influenciam o JDM dos contadores. Baseado na frequência dos elementos analisados, constatou-se que, das características individuais, as limitações cognitivas – excesso de variáveis, uso de classificações prévias - foram as mais importantes, sendo identificadas nas falas de 26 contadores. Dentre as pressões institucionais, a coercitiva – legislação, gestores, auditoria - foi a mais importante (mencionada por todos os contadores). Os resultados evidenciaram, também, que as limitações cognitivas influenciam mais intensamente o JDM nas decisões operacionais, enquanto as pressões coercitivas influenciam mais as decisões relacionadas à gestão do imobilizado. Além disso, quando ocorrem eventos em que limitações individuais e pressões institucionais influenciam o JDM de forma conjunta, as pressões coercitivas são as determinantes.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Angela Maria Haberkamp, Universidade do Vale do Taquari (UNIVATES).

Doutora em Ciências Contábeis pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS); Professora do Centro de Gestão Organizacional, Universidade do Vale do Taquari (UNIVATES).

Norberto Hoppen, Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Doutor em Administração pela Universidade de Grenoble-Alpes – França; Pesquisador Voluntário dos Programas de Pós-Graduação em Administração e em Ciências Contábeis da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS).

Clóvis Antônio Kronbauer, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, UNISINOS.

Doutor em Contabilidad y Auditoria pela Universidade de Sevilla – Espanha; Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS).

Citas

Albu, N., Albu, C., Bunes, S., & Calu, D. A. (2011) A story about IAS/IFRS implementation in Romania. Journal of Accounting in Emerging Economies, 1(1), 76-100.

Andrade, A. F., Fontoura, F. B., & Macagnan, C. B. (2013). Um estudo sobre a evidenciação do ajuste a valor presente nas empresas listadas na BM&FBovespa. Revista de Contabilidade do Mestrado em Ciências Contábeis da UERJ, 18(1), 62-80.

Barbu, E. & Piot, C. (2012). L'adoption des IAS/IFRS par les groupes français cotés. Revue française de gestion, 7, 53-74.

Binswanger, J. (2012). Life cycle saving: Insights from the perspective of bounded rationality. European Economic Review, 56(3), 605-623.

Bonner, S. E. (1999). Commentary: judgment and decision making research in accounting. Accounting Horizons, 13(4), 385–398.

Bonome, M. G. (2009). La racionalidad en la toma de decisiones: Análisis de la Teoría de la Decisión de Herbert A. Simón. La Coruña, ES: Netbiblo.

Brasil. (1946). Decreto-Lei nº 9.295 de 27/05/1946 e alterações. Cria o Conselho Federal de Contabilidade, define as atribuições do Contador e do Guarda-livros e dá outras providências. Disponível em http://cfc.org.br/wp-content/uploads/2015/12/decretolei9295.pdf.

Brasil. (2007). Lei nº 11.638, de 28/12/2007. Altera e revoga dispositivos da Lei no 6.404 e da Lei no 6.385, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm.

Callado, A. A. C. & Pinho, M. A. B. (2015) Evidências de isomorfismo mimético sobre práticas de gestão de custos entre micro e pequenas empresas de diferentes setores de atividade. Contabilidade Vista & Revista, 25(2), 119-137.

Carneiro, J., Rodrigues, L. L., & Craig, R. (2017) Assessing international accounting harmonization in Latin America. In: Accounting Forum. Elsevier, 41(3), 172-184.

Carvalho, F. M., Lima, D. V., & Ferreira, L. O. G. (2012). Processo de reconhecimento e mensuração do ativo imobilizado no setor público face aos padrões contábeis internacionais: um estudo de caso na Anatel. Revista Universo Contábil, 8(3), 62-81.

Cavalheiro, R. T., Huppes, C. M., & Kremer, A. M. (2017) Aplicação das IFRS para pequenas e médias empresas na perspectiva dos prestadores de serviços contábeis. Revista Contabilidade e Controladoria, 9(2), 59-77.

Chand, P., Patel, C., & Patel, A. (2010). Interpretation and application of “new†and “complex†international financial reporting standards in Fiji: Implications for convergence of accounting standards. Advances in Accounting, 26(2), 280-289.

Christensen, M. (2003) Without reinventing the wheel: business accounting applied to the public sector. Australian Accounting Review, 13(30), 22-27.

CFC. (2011). Resolução CFC N.º 1.374/11. NBC TG Estrutura Conceitual – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro. Disponível em: http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/ detalhes_sre.aspx?codigo=2011/001374.

CFC. (2017a). Resolução 2017/NBCTG27(R4). Altera a NBC TG 27 (R3) que dispõe sobre ativo imobilizado. Disponível em: https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx? Codigo=2017/NBCTG27(R4)&arquivo=NBCTG27(R4).doc.

CFC. (2017b). Resolução 2017/NBCTG01(R4). Altera a NBC TG 01 (R3) que dispõe sobre redução ao valor recuperável de ativos. Disponível em: https://www2.cfc.org.br/sisweb/ sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2017/NBCTG01(R4)&arquivo=NBCTG01(R4).doc.

CFC. (2019a). Norma Brasileira de Contabilidade, Nbc Pg 01, de 7 de Fevereiro de 2019. Aprova a NBC PG 01 – Código de Ética Profissional do Contador. Disponível em: https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2019/NBCPG01&arquivo= NBCPG01.doc.

CFC. (2019b). Norma Brasileira de Contabilidade, NBC TG Estrutura Conceitual, de 21 de Novembro de 2019. Dá nova redação à NBC TG Estrutura Conceitual, que dispõe sobre a estrutura conceitual para relatório financeiro. Disponível em: https://www2.cfc.org.br/sisweb /sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2008/001121&arquivo=Res_1121.doc.

Davis, G. B., Olson, M. H., & Gama, A. P. (1987). Sistemas de información gerencial. New York: McGraw-Hill.

Delgado, L. & Shealy, T. (2018). Opportunities for greater energy efficiency in government facilities by aligning decision structures with advances in behavioral science. Renewable and Sustainable Energy Reviews, 82(3), 3952–3961.

Dias Filho, J. M. & Machado, L. H. B. (2012). Abordagens da pesquisa em contabilidade. In: Iudícibus, S. & Lopes, A. B. Teoria Avançada da Contabilidade. 2. ed. S.P.: Atlas, 15-68.

Dias, C., Lima Filho, R., Pinheiro, F., Silva, T., & Moreira, R. (2014) Evidenciação de informações socioambientais, teoria da legitimidade e isomorfismo: um estudo com mineradoras brasileiras. Revista de Gestão e Contabilidade da UFPI, 1(1), 100-118.

DiMaggio, P. & Powell, W. (1983). The iron cage revisited: institutional isomorphism and collective rationality in organizational field. American Sociological Review, 48(2), 147-160.

Doadrio, L.; Alvarado, M., & Carrera, N. (2015). Reforma de la normativa contable española: análisis de su entramado institucional. Revista de Contabilidad, 18(2), 200-216.

Dufour, D.; Teller, P., & Luu, P. (2015). A neo-institutionalist model of the diffusion of IFRS accounting standards. Computational Economics, 44(1), 27-44.

Eisenhardt, K. M. & Zbaracki, M. J. (1992). Strategic decision making. Strategic Management Journal, 13(S2), 17-37.

Ernst & Young & FIPECAFI. (2010) Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras. Manual de normas internacionais de contabilidade: IFRS versus normas brasileiras, v. 2, São Paulo: Atlas.

Flanagan, J. C. (1973) A técnica do incidente crítico. Arq. Bras. Psic. Apl., 25(2), 99-141.

Franco, R. (2009). The conjunction fallacy and interference effects. Journal of Mathematical Psychology, 53(5), 415-422.

Freire, M. D. M., Machado, M. R. R., Machado, L. S., Souza, E. S., & Oliveira, J. J. (2012). Aderência às normas internacionais de contabilidade pelas empresas brasileiras, Revista de Contabilidade e Organizações, 6(15), 3-22.

Hassan, M. C. (2008). The development of accounting regulations in Egypt. Managerial Auditing Journal, 23(5), 467-484.

Iudícibus, S., Martins, E., Gelbcke, E. R., & Santos, A. (2018). Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as sociedades de acordo com as normas internacionais e do CPC. 3 ed. São Paulo: Atlas.

Jacomussi, F. A., Casagrande, R. M., & Reis, L. G. R. (2015). O isomorfismo nos relatórios de sustentabilidade: uma análise das empresas brasileiras que compõem o Dow Jones Sustainability Index. Revista de Gestão Ambiental e Sustentabilidade, 4(2), 49-64.

Kirk, J. & Miller, M. L. (1986). Reliability and validity in qualitative research. Beverly Hills, CA: Sage.

KPMG (2011). Elevating professional judgment in auditing and accounting: The KPMG professional judgment framework. Disponível em: http://www.drlillie.com/a544/kpmg/jdgmt/KPMG_ProfJudgment_Monograph.pdf

Laitinen, E. K. & Laitinen, T. (2015) A probability tree model of audit quality. European Journal of Operational Research, 243(2), 665-677.

Lawrence, T., Suddaby, R., & Leca, B. (2011) Institutional work: Refocusing institutional studies of organization. Journal of Management Inquiry, 20(1), 52-58.

Lee, J., Keil, M., & Wong, K. (2018). Does a tired mind help avoid a decision bias? The effect of ego depletion on escalation of commitment. Applied Psychology, 67(1), 171-185.

Lincoln, Y. & Guba, E. (1985) Naturalistic Inquiry. Beverly Hills, CA: Sage.

Mala, R. & Chand, P. (2014). Judgment and decision-making research in auditing and accounting: Future research implications of person, task, and environment perspective. Accounting Perspectives, 14(1), 1-50.

Messier, W. F., Quick, L. A., & Vandervelde, S. D. (2014). The influence of process accountability and accounting standard type on auditor usage of a status quo heuristic. Accounting, Organizations and Society, 39(1), 59-74.

Meyer, J. W. & Rowan, B. (1977) Institutionalized organizations: formal structure as myth and cerimony. American Journal of Sociology, 83(2), 340-363.

Nakane, P. M. & Perez, G. (2014). A adoção da inovação definida pelas normas internacionais da contabilidade (IFRS) pelo profissional da área contábil no Brasil. Revista Jovens Pesquisadores – Makenzie, 11(2).

North, D. C. (1990). Institutions, institutional change and economic performance. New York, Cambridge University Press.

Parboteeah, K. P., Cullen, J. B., Victor, B., & Sakano, T. (2005). National culture and ethical climates: A comparison of U.S. and Japanese accounting firms. Management International Review, 45(4), 459–480.

Paulus, T. M., Woods, M., Atkins, D. P., & Macklin, R. (2017). The discourse of QDAS: Reporting practices of ATLAS. ti and NVivo users with implications for best practices. International Journal of Social Research Methodology, 20(1), 35-47.

Perez, M. M. & Famá, R. (2006). Ativos intangíveis e o desempenho empresarial, Revista Contabilidade & Finanças, 17(40), 7-24.

Politelo, L., Kaveski, I. D. S., & Klann, R. C. (2014). Evidenciação do valor justo de ativos financeiros das empresas listadas na BM&FBovespa. Desenvolvimento em Questão, 12(28), 318-347.

Qi, Y. (2014). Intervention and display of accounting professional judgment via performance. Third International Conference on Science and Social Research (ICSSR 2014). Atlantis Press.

Rezende, A. J., Guerreiro, R., & Dalmacio, F. Z. (2012). An analysis of the deinstitutionalization of inflation-adjusted accounting practices in Brazilian companies. Revista Contabilidade & Finanças, 23(58), 33-51.

Rodrigues, L. L. & Craig, R. (2007). Assessing international accounting harmonization using Hegelian dialectic, isomorphism and Foucault. Critical Perspectives on Accounting, 18(6), 739-757.

Ross, D. (2014) Psychological versus economic models of bounded rationality. Journal of Economic Methodology, 21(4), 411-427.

Saldaña, J. (2009). The coding manual for qualitative researchers. L.A.: Sage, 2009.

Sbicca, A. (2014). Heurísticas no estudo das decisões econômicas: Contribuições de Herbert Simon, Daniel Kahneman e Amos Tversky. Estudos Econômicos, 44(3), 579-603.

Scapens, R. W. (1994). Never mind the gap: towards an institutional perspective on management accounting practice. Management Accounting Research, 5, 301-321.

Scott, W. R. (2008). Institutions and organizations: Ideas and interests. L. A.: Sage.

Silva, A. A. & Naldis, V. B. (2012) Incerteza e racionalidade limitada: Um estudo empírico no setor financeiro. Revista Organizações em Contexto-online, 8(15), 43-63.

Silva, J. S., Silva, A. H. C., & Laurencel, L. C. (2016). Nível de evidenciação obrigatória nas empresas de capital aberto: uma análise do CPC 27. Pensar Contábil, 18(65), 40-50.

Simon, H. A. (1955) A behavioral model of rational choice. Quarterly Journal of Economics, 69, 99-118.

Simon, H. A. (1965). Comportamento administrativo, estudo dos processos decisórios nas organizações administrativas. 2 ed. Rio de Janeiro: Fund. Getúlio Vargas.

Smith, V. L. (2005). Behavioral economics research and the foundations of economics. The Journal of Socio-Economics, 34(2), 135-150.

Tolbert, P. & Zucker, L. G. (1999). The institutionalization of institutional theory. In: Clegg, S. & Hardy, C. Handbook of Organization Studies, v1. London: Sage, 169-184.

Touron, P. (2005). The adoption of US GAAP by French firms before the creation of the International Accounting Standard Committee: an institutional explanation. Critical Perspectives on Accounting, 16(6,), 851-873.

Trotman, K. T., Tan, H. C., & Ang, N. (2011). Fiftyâ€year overview of judgment and decisionâ€making research in accounting. Accounting & Finance, 51(1), 278-360.

Tuttle, B. & Dillard, J. (2007). Beyond competition: Institutional isomorphism in US accounting research. Accounting Horizons, 21(4), 387-409.

Tversky, A. & Kahneman, D. (1974). Judgment under uncertainty: Heuristics and biases. Science, 185(4157), 1124-1131.

Zarzeski, M. T. (1996). Spontaneous harmonization effects of culture and market forces on accounting disclosure practices. Accounting horizons, 10(1), 18.

Zorn, T. E.; Flanagin, A. J., & Shoham, M. D. (2011). Institutional and non-institutional influences on information and communication technology adoption and use among nonprofit organizations. Human Communication Research, 37(1), 1-33.

Zucker, L. G. (1987) Institutional theories of organization. Annual Review of Sociology, 13(1), 443-464.

Publicado

2021-04-22

Número

Sección

Sección Nacional