INCERTEZA E INVESTIMENTO: UMA ABORDAGEM SOB A ÓTICA DA TEORIA DAS OPÇÕES REAIS
DOI:
https://doi.org/10.4270/ruc.2018209Keywords:
Investimento, Incerteza, Teoria das Opções Reais.Abstract
Este trabalho teve por objetivo analisar o efeito da incerteza sobre o nível de investimento das empresas do mercado brasileiro. A amostra foi composta por todas as empresas não financeiras listadasx1x na B3 entre o período de 2008 a 2014. Como proxy para a incerteza total, utilizou-se a volatilidade histórica do retorno das ações. Decompôs-se essa medida em três componentes de risco: o de mercado, o idiossincrático e o específico da firma. Além disso, utilizou-se uma proxy alternativa para medição da incerteza, a volatilidade condicional do retorno das ações. Para análise do efeito da incerteza sobre as decisões de investimento, utilizou-se o método de Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) e Mínimos Quadrados em Dois Estágios (MQ2E). Os resultados indicam que a incerteza total tem um efeito negativo sobre o nível de investimento, conforme esperado. Quanto às incertezas de mercado e idiossincrática, verificou-se que não há um efeito estatisticamente significativo sobre o nível de investimento, enquanto que a incerteza específica tem um efeito negativo e significativo, inclusive superior em magnitude ao da incerteza total. Ademais, identificou-se que, para o mercado brasileiro: i) as empresas com restrição financeira e as mais competitivas são mais sensíveis às proxies de incerteza; ii) que os resultados são robustos para o período de full IFRS; e iii) que não houve alteração significativa nos resultados encontrados ao utilizar uma medida alternativa para a variável incerteza. Portanto, pode-se concluir que a incerteza tem um efeito negativo sobre o nível de investimento, com destaque para a incerteza específica da firma, que possui um efeito superior, quando comparado às demais incertezas. Sendo assim, o estudo espera contribuir trazendo o debate do uso de modelos alternativos para análise de investimento que considerem a incerteza e a flexibilibilidade gerencial do ambiente de negócios, fatores que são relevantes para avaliação de projetos.Downloads
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