FATORES MACROECONÔMICOS, INDICADORES DO FUNDO E TIPO DE GESTOR: O que influencia a captação líquida dos fundos de investimento no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.4270/ruc.2022105

Palavras-chave:

Mercado Financeiro Brasileiro, Mercado financeiro brasileiro, Gestores de Fundos, Gestores de fundos, Bancos, Investidores qualificados, Investidores Qualificados, Investidores profissionais., Investidores Profissionais

Resumo

As análises deste estudo tiveram como objetivo entender a captação líquida de três das principais classes de fundos de investimento do mercado brasileiro, de ações (investimento majoritário em renda variável), multimercado (envolve vários fatores de riscos, sem o compromisso de concentração em determinado fator) e renda fixa (investimento predominante em renda fixa), sob a perspectiva das diferenças entre os fundos exclusivos para investidores qualificados ou profissionais e o fundos não exclusivos, bem como entre os fundos geridos pelos cinco maiores bancos do país e os fundos geridos por outras empresas. Desse modo, esta pesquisa forneceu evidências não reportadas sobre a captação líquida de classes de fundos de investimento do mercado brasileiro, um dos maiores do mundo. Estudos anteriores focaram, geralmente, em apenas uma classe de fundo, predominantemente, a de ações. Além de analisar três das mais importantes classes de fundos, a pesquisa considerou aspectos importantes do mercado brasileiro: a exclusividade do investidor e a gerência dos fundos por parte dos maiores bancos do país. Os testes foram realizados de forma agregada no nível da classe, por vetores autoregressivos (VAR), e no nível do fundo, via regressões múltiplas com dados em painel, superando as limitações dos modelos de VAR, utilizando dados trimestrais, do período de 2001 a 2019, da captação líquida e outros indicadores dos fundos e de fatores macroeconômicos. Em suma, os investidores qualificados ou profissionais, no médio prazo, são menos sensíveis ao retorno e consideram mais informações macroeconômicas para tomar suas decisões de investimento em fundos, comportamento similar ao dos investidores em fundos de ações não geridos pelos cinco maiores bancos do país. Evidenciou-se, também, que fundos com maior patrimônio captam menos, proporcionalmente, e com maior retorno anterior captam mais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANUFRIEV, M.; BAO, T.; SUTAN, A.; TUINSTRA, J. Fee structure and mutual fund choice: An experiment. Journal of Economic Behavior & Organization, v. 158, p. 449-474, 2019.

ABREU, M. How biased is the behavior of the individual investor in warrants?. Research in International Business and Finance, v. 47, p. 139-149, 2019.

ANBIMA-ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS ENTIDADES DOS MERCADOS FINANCEIRO E DE CAPITAIS. Ranking de Gestores de Fundos de Investimento – Outubro/19. Disponível em: http://www.anbima.com.br/pt_br/informar/ranking/fundos-de-investimento/gestores.htm. Acessado em 04/10/2019.

BARBER, B. M.; ODEAN, T. Trading is hazardous to your wealth: The common stock investment performance of individual investors. The journal of Finance, v. 55, n. 2, p. 773-806, 2000.

BARBER, B. M.; HUANG, X.; ODEAN, T. Which factors matter to investors? Evidence from mutual fund flows. The Review of Financial Studies, v. 29, n. 10, p. 2600-2642, 2016.

BCB -BANCO CENTRAL DO BRASIL. Relatório de Economia Bancária 2017. Disponível em https://www.bcb.gov.br/pec/depep/spread/REB_2017.pdf. Acessado em 02/10/2019.

CAMPANI, C.; BRITO, L. Fundos de previdência privada: passividade a preços de fundos ativos. Revista Contabilidade & Finanças, v. 29, n. 76, p. 148-163, 2018.

CAMPBELL, W. K.; GOODIE, A. S.; FOSTER, J. D. Narcissism, confidence, and risk attitude. Journal of Behavioral Decision Making, v. 17, n. 4, p. 297-311, 2004.

CVM-Comissão de valores Mobiliários. TOP: Mercado de Valores Mobiliários Brasileiro. 4ª ed. Rio de Janeiro, 2019.

DICK-NIELSEN, J.; FELDHÃœTTER, P.; LANDO, D. Corporate bond liquidity before and after the onset of the subprime crisis. Journal of Financial Economics, v. 103, n. 3, p. 471-492.

DOURADO, G. A.; TABAK, B. M. Teste da Hipótese de Mercados Adaptativos para o Brasil. Revista Brasileira de Finanças, v. 12, n. 4, p. 517-553, 2014.

EFAMA-EUROPEAN FUND AND ASSET MANAGEMENT ASSOCIATION. Worldwide Regulated Open-ended Fund Assets and Flows - Trends in the Fourth Quarter of 2018. Disponível em: https://www.efama.org/statistics/SitePages/Statistics.aspx. Acessado em 04/10/2019.

ELTON, E. J.; GRUBER, M. J; BUSSE, J. A. Are investors rational? Choices among index funds. The Jounal of Finance, v. 59, n. 1, p. 261-288, 2004.

FERNANDES, A. R. D. J.; FONSECA, S. E.; IQUIAPAZA, R. A. Modelos de mensuração de desempenho e sua influência na captação líquida de fundos de investimento. Revista Contabilidade & Finanças, v. 29, n. 78, p. 435-451, 2018.

FERREIRA, M. A.; KESWANI, A.; MIGUEL, A. F.; RAMOS, S. B. The flow-performance relationship around the world. Journal of Banking & Finance, v. 36, n. 6, p. 1759-1780, 2012.

IQUIAPAZA, R. A.; VIDAL BARBOSA, F.; AMARAL, H. F.; BRESSAN, A. A. Condicionantes do Crescimento dos Fundos Mútuos de Renda Fixa no Brasil. RAUSP-Revista de Administração da Universidade de São Paulo, v. 43, n 3, p. 250-262, 2008.

JANK, S. Mutual fund flows, expected returns, and the real economy. Journal of Banking & Finance, v. 36, n. 11, p. 3060-3070, 2012.

JONSSON, S.; SÖDERBERG, I. L.; WILHELMSSON, M. Households and mutual fund investments: Individual characteristics of investors behaving like contrarians. Journal of Behavioral and Experimental Finance, v. 15, p. 28-37, 2017.

LI, J.; ZHANG, Y.; FENG, X.; AN, Y. Which kind of investor causes comovement?. Journal of International Financial Markets, Institutions and Money, v. 61, p. 1-15, 2019.

MAESTRI, C. O. N. M.; MALAQUIAS, R. F. Aspectos do gestor, alocação de carteiras e desempenho de fundos no Brasil. Revista Contabilidade & Finanças, v. 29, n. 76, p. 82-96, 2018.

OECD-ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT. Quarterly GDP. Disponível em: https://data.oecd.org/gdp/quarterly-gdp.htm. Acessado em 04/10/2019.

QURESHI, F.; KHAN, H. H.; REHMAN, I. U.; GHAFOOR, A.; QURESHI, S. Mutual fund flows and investors’ expectations in BRICS economies: Implications for international diversification. Economic Systems, v. 43, n. 1, p. 130-150, 2019.

SIRRI, E. R.; TUFANO, P. Costly search and mutual fund flows. The journal of Finance, v. 53, n. 5, p. 1589-1622, 1998.

TABAK, B. M.; GOMES, G. M.; MEDEIROS JR, M. S. The impact of market power at bank level in risk-taking: The Brazilian case. International Review of Financial Analysis, v. 40, p. 154-165, 2015.

TVERSKY, A.; KAHNEMAN, D. Judgment under uncertainty: Heuristics and biases. Science, v. 185, n 4157, p. 1124-1131, 1974.

VOGELSANG, T. J. Heteroskedasticity, autocorrelation, and spatial correlation robust inference in linear panel models with fixed-effects. Journal of Econometrics, v. 166, n. 2, p. 303-319, 2012.

Downloads

Publicado

2023-04-17

Edição

Seção

Seção Nacional