CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS DE CUSTOS GERENCIAIS DE SUBSIDIÁRIAS ALEMÃS OPERANDO NO BRASIL: UMA ANÁLISE SOB A PERSPECTIVA DO ISOMORFISMO E DO DECOUPLING

Autores

  • Rodrigo Paiva Souza Doutor em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo (USP); Professor de Contabilidade na Faculdade FIPECAFI
  • Leticia Damo Ferreira Ramalho Mestre em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo (USP); Professora do Centro Universitário Paulista
  • Reinaldo Guerreiro Doutor em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo (USP); Professor de Contabilidade na Universidade de São Paulo (USP)

DOI:

https://doi.org/10.4270/ruc.2019320

Palavras-chave:

Sistemas de Custos Gerenciais, Pressões Isomórficas, Decoupling.

Resumo

Este trabalho investigou práticas de gerenciamento de custos em subsidiárias de empresas alemãs operando no Brasil, com objetivo de avaliar a ocorrência de pressões isomórficas (coercitivas, miméticas e normativas) e o nível de decoupling nessas organizações. As pressões isomórficas tencionam para a uniformização de práticas, enquanto que o decoupling diz respeito ao uso apenas cerimonial dessas práticas. O método empregado foi o survey, sendo coletadas 27 respostas de gestores de subsidiárias alemãs de grande e médio porte que operam no Brasil. Os resultados trazem evidências de que há uma forte associação entre as práticas da subsidiária e da matriz, revelando elementos de pressão isomórfica coercitiva e mimética, já as pressões isomórficas normativas se mostraram menos marcantes. O nível de decoupling encontrado entre matriz e subsidiária foi baixo. O estudo contribui para a literatura e prática de gestão de custos, indicando que as pressões isomórficas da matriz contribuem para redução dissociação de práticas de contabilidade e gerenciamento de custos entre filial e matriz (decoupling).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rodrigo Paiva Souza, Doutor em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo (USP); Professor de Contabilidade na Faculdade FIPECAFI

Professor Contabilidade na Faculdade FIPECAFI

Doutor em Controladoria e Contabilidade (USP)

Mestre em Controladoria e Contabilidade (USP)

Doutorado Sanduwich em Universiät Münster (Alemanha)

Intercâmbio Maastricht University (Holanda)

Leticia Damo Ferreira Ramalho, Mestre em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo (USP); Professora do Centro Universitário Paulista

Departamento de Contabilidade e Controladoria

Reinaldo Guerreiro, Doutor em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo (USP); Professor de Contabilidade na Universidade de São Paulo (USP)

Departamento de Contabilidade e Atuária

Referências

Atkinson, A. A., Kaplan, R. S., & Young, M. S. (2010). Contabilidade Gerencial. 2. ed. São Paulo: Atlas.

Barbosa, R. V. N., de Araújo Wanderley, C., & de Moura Soeiro, T. (2017). Institucionalização dos mecanismos de controle gerencial no relacionamento interorganizacional de uma empresa do setor elétrico. Revista Universo Contábil, 13(3), 29-49.

Beuren, I. M., Fachini, G. J., & do Nascimento, S. (2010). Evidências de isomorfismo nas funções da controladoria das empresas familiares têxteis de Santa Catarina. Revista Contemporânea de Contabilidade, 7(13), 35-62.

Björkman, I., Fey, C. F., & Park, H. J. (2007). Institutional theory and MNC subsidiary HRM practices: evidence from a three-country study. Journal of International Business Studies, 38(3), 430-446.

Brandau, M., Endenich, C., Trapp, R., & Hoffjan, A. (2013). Institutional drivers of conformity–Evidence for management accounting from Brazil and Germany. International Business Review, 22(2), 466-479.

Brown, R. S. (2011). Does institutional theory explain foreign location choices in fragmented industries?. Journal of International Business Research, 10(1), 59.

Bruns, W. J., & Waterhouse, J. H. (1975). Budgetary control and organization structure. Journal of Accounting Research, 177-203.

Callado, A. A. C., & de Pinho, M. A. B. (2014). Evidências de isomorfismo mimético sobre práticas de gestão de custos entre micro e pequenas empresas de diferentes setores de atividade. Contabilidade Vista & Revista, 25(2), 119-137.

Callado, A. A. C., Callado, A. L. C., & Almeida, M. A. (2014). Isomorfismo e práticas de gestão de custos: um estudo empírico entre empresas do porto digital a partir da teoria institucional. Perspectivas em Gestão & Conhecimento, 4(1), 204-217.

Câmara do Comércio e Indústria Brasil-Alemanha. (2019). Disponível em: http://www.ahkbrasilien.com.br/pt/. Acesso em: 2019.

Carruthers, B. G. (1995). Accounting, ambiguity, and the new institutionalism. Accounting, Organizations and Society, 20(4), 313-328.

Cohen, S., Kaimenaki, E., & Zorgios, Y. (2007). Assessing IT as a key success factor for accrual accounting implementation in Greek municipalities. Financial Accountability & Management, 23(1), 91-111.

Cruz, I., Major, M., & Scapens, R. W. (2009). Institutionalization and practice variation in the management control of a global/local setting. Accounting, Auditing & Accountability Journal, 22(1), 91-117.

DiMaggio, P., & Powell, W. W. (1983). The iron cage revisited: Collective rationality and institutional isomorphism in organizational fields. American Sociological Review, 48(2), 147-160.

Dorminey, J., Fleming, A. S., Kranacher, M. J., & Riley Jr, R. A. (2012). The evolution of fraud theory. Issues in Accounting Education, 27(2), 555-579.

Endenich, C., Brandau, M., & Hoffjan, A. (2011). Two decades of research on comparative management accounting–achievements and future directions. Australian Accounting Review, 21(4), 365-382.

Fávero, L. P., Belfiore, P., Silva, F. D., & Chan, B. L. (2009). Análise de Dados: modelagem multivariada para tomada de decisões. Rio de janeiro: Elsevier.

Fonseca, V. S. D., & Machado-da-Silva, C. L. (2010). Conversação entre abordagens da estratégia em organizações: escolha estratégica, cognição e instituição. Revista de Administração Contemporânea, 14(SPE), 51-75.

Frezatti, F. (2005). Management accounting profile of firms located in Brazil: a field study. Revista de Administração Contemporânea, 9(SPE2), 95-109.

Friedl, G., Küpper, H. U., & Pedell, B. (2005). Relevance added: Combining ABC with German cost accounting. Strategic Finance, 86(12), 56.

Gosselin, M. (2006). A review of activity-based costing: technique, implementation, and consequences. Handbooks of Management Accounting Research, 2, 641-671.

Guerreiro, R., Cornachione Júnior, E. B., & Soutes, D. O. (2011). Empresas que se destacam pela qualidade das informações a seus usuários externos também se destacam pela utilização de artefatos modernos de contabilidade gerencial?. Revista Contabilidade & Finanças, 22(55), 88-113.

Guerreiro, R., Pereira, C. A., & Frezatti, F. (2006). Evaluating management accounting change according to the institutional theory approach. Journal of Accounting & Organizational Change, 2(3), 196-228.

Guerreiro, R., & Rocha, W. (2010). Desenvolvimento de modelo conceitual de sistemas de custos: um enfoque institucional. Revista de Contabilidade e Organizações, 4(8), 24-46.

Guerreiro, R., & Souza, R. P. (2015). Um estudo sobre percepções de importância de atividades do processo de gestão e barreiras à implantação do planejamento estratégico. Revista Universo Contábil, 11(1), 88-104.

Guilding, C., Cravens, K. S., & Tayles, M. (2000). An international comparison of strategic management accounting practices. Management Accounting Research, 11(1), 113-135.

Haveman, H. A. (1993). Follow the leader: Mimetic isomorphism and entry into new markets. Administrative Science Quarterly, 38(4), 593-627.

Hughes, S. B., & Paulson Gjerde, K. A. (2003). Do different cost systems make a difference?. Management Accounting Quarterly, 5(1), 22-30.

Kajüter, P. (2005). Kostenmanagement in der deutschen Unternehmenspraxis. Schmalenbachs Zeitschrift für betriebswirtschaftliche Forschung, 57(1), 79-100.

Kajüter, P., & Schröder, M. (2013). The characteristics, determinants and performance of cost-systems in sub-sidiaries of Anglophone multinationals–empirical evidence from Germany (Doctoral dissertation, Doctoral Thesis).

Kellermanns, F. W., & Islam, M. (2004). US and German Activity-Based Costing: a critical comparison and system acceptability propositions. Benchmarking: An International Journal, 11(1), 31-51.

Krumwiede, K., & Suessmair, A. (2008). A Closer Look at German Cost Accounting Methods. Management accounting quarterly, 10(1), 37-50.

Krumwiede, K. R. (1998). The implementation stages of activity-based costing and the impact of contextual and organizational factors. Journal of management accounting research, 10(1), 239.

Major, M., & Hopper, T. (2005). Managers divided: Implementing ABC in a Portuguese telecommunications company. Management Accounting Research, 16(2), 205-229.

Marques, K. C. M. (2012). Custeio alvo à luz da teoria da contingência e da nova sociologia institucional: estudo de caso sobre sua adoção, implementação e uso (Doctoral Dissertation, Universidade de São Paulo).

Meyer, J. W., & Rowan, B. (1977). Institutionalized organizations: Formal structure as myth and ceremony. American Journal of Sociology, 83(2), 340-363.

Mizruchi, M. S., & Fein, L. C. (1999). The social construction of organizational knowledge: A study of the uses of coercive, mimetic, and normative isomorphism. Administrative Science Quarterly, 44(4), 653-683.

Moll, J., Burns, J., & Major, M. (2006). Institutional theory. Methodological issues in accounting research: Theories, methods and issues, 183-205.

Ono, K., & Robles Junior, A. (2004). Utilização do Target Costing e de outras técnicas de custeio: um estudo exploratório em municípios de Santa Catarina. Revista Contabilidade & Finanças, 15(SPE), 65-78.

Oyadomari, J. C., Cardoso, R. L., NETO, O. R. D. M., & de Lima, M. P. (2008). Fatores que influenciam a adoção de artefatos de controle gerencial nas empresas brasileiras. Um estudo exploratório sob a ótica da teoria institucional. Revista de Contabilidade e Organizações, 2(2), 55-70.

Oyadomari, J. C. T., de Mendonça Neto, O. R., Cardoso, R. L., & Frezatti, F. (2008). Análise dos fatores que favorecem a institucionalização da Value Based Management (VBM) à luz dos argumentos de teóricos da vertente New Institutional Sociology (NIS). Revista Universo Contábil, 4(2), 06-21.

Perrow, C., Meyer, J. W., & Scott, W. R. (1983). Organizational environments: Ritual and rationality. (With the assistance of Brian Rowan and Terrence E. Deal.). Beverly Hills, Calif.: Sage Publications.

Portz, K., & Lere, J. C. (2010). Cost center practices in Germany and the United States: impact of country differences on managerial accounting practices. American Journal of Business, 25(1), 45-52.

Reginato, L., & Guerreiro, R. (2011). An Study About The Association Between The Management Model And Management Controls Of Brazilian Industries. Revista Universo Contabil, 7(2), 6-27.

Russo, P. T., & Guerreiro, R. (2017). Factors that affect the sociomateriality of management accounting practices. Annual Congress of European Accounting Association, Valencia, Espanha.

Russo, P. T., & Guerreiro, R. (2017). Perceptions about the sociomateriality of management accounting practices. Revista de Administração de Empresas, 57(6), 567-584.

Rezende, A. J., Guerreiro, R., & Dalmácio, F. Z. (2012). Uma análise do processo de desinstitucionalização de práticas contábeis de correção monetária em empresas brasileiras. Revista Contabilidade & Finanças, 23(58), 33-51.

Salancik, G. R., & Pfeffer, J. (1978). A social information processing approach to job attitudes and task design. Administrative Science Quarterly, 224-253.

Scott, W. R. (2008). Approaching adulthood: the maturing of institutional theory. Theory and Society, 37(5), 427.

Scott, W. R. (2001). Institutions and organizations. Sage.

Shields, M. D. (1998). Management accounting practices in Europe: a perspective from the States. Management Accounting Research, 9(4), 501-513.

Sitiâ€Nabiha, A. K., & Scapens, R. W. (2005). Stability and change: an institutionalist study of management accounting change. Accounting, Auditing & Accountability Journal, 18(1), 44-73.

Smith, M. (2003). Research Methods In Accounting. Sage.

Souza, M. A. D., Lisboa, L. P., & Rocha, W. (2003). Práticas de contabilidade gerencial adotadas por subsidiárias brasileiras de empresas multinacionais. Revista Contabilidade & Finanças, 14(32), 40-57.

Souza, M. A., Silva, É. J., & Pilz, N. (2010). Práticas de gestão estratégica de custos: um estudo em uma empresa multinacional brasileira. Revista de Contabilidade e Organizações, 4(9), 145-167.

Sulaiman, M., Ahmad, N. N. N., & Alwi, N. (2004). Management accounting practices in selected Asian countries: a review of the literature. Managerial Auditing Journal, 19(4), 493-508.

Van der Stede, W. A. (2003). The effect of national culture on management control and incentive system design in multi-business firms: evidence of intracorporate isomorphism. European Accounting Review, 12(2), 263-285.

Van der Stede, W. A., Young, S. M., & Chen, C. X. (2005). Assessing the quality of evidence in empirical management accounting research: The case of survey studies. Accounting, Organizations and Society, 30(7-8), 655-684.

Wegmann, G. et al. (2008). The activity-based costing method developments: state-of-the art and case study. ICFAI–University Journal of Accounting Research, 1-17.

Wegmann, G., Nozile, S. (2009). The Activity-Based Costing Method developments: state-of-the art and case study in the it supply chain of an international group. International Conference On Information And Management Sciences, 7, Proceedings.

Yazdifar, H., Zaman, M., Tsamenyi, M., & Askarany, D. (2008). Management accounting change in a subsidiary organisation. Critical Perspectives on Accounting, 19(3), 404-430.

Publicado

2020-09-02

Como Citar

Souza, R. P., Ramalho, L. D. F., & Guerreiro, R. (2020). CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS DE CUSTOS GERENCIAIS DE SUBSIDIÁRIAS ALEMÃS OPERANDO NO BRASIL: UMA ANÁLISE SOB A PERSPECTIVA DO ISOMORFISMO E DO DECOUPLING. Revista Universo Contábil, 15(3), 61–82. https://doi.org/10.4270/ruc.2019320

Edição

Seção

Seção Nacional