O COMPORTAMENTO DA DESPESA TOTAL COM PESSOAL NOS ESTADOS BRASILEIROS: UMA ANÁLISE A PARTIR DAS DETERMINAÇÕES DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL COM MODELO MULTINÍVEL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.4270/ruc.2020421

Palavras-chave:

Controle de Gastos, Controle de gastos, Despesas com Pessoal, Finanças Públicas., Finanças Públicas

Resumo

No Brasil, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exige dos entes públicos maior controle de gastos e transparência na gestão fiscal, reforçando a necessidade de limites de gastos com pessoal. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é analisar o comportamento da despesa com pessoal nas Unidades da Federação (UF) no período de 2006 a 2015, testando variáveis explicativas para tal comportamento. Para tanto, considerou-se como variável resposta o índice da despesa total com pessoal (IDTP) do poder executivo das UFs, enquanto variáveis com base na LRF e estudos anteriores foram testadas como explicativas, sendo elas: índice de endividamento; variação da Receita Corrente Líquida (RCL); coeficiente de execução de receita; coeficiente de dependência financeira; ano eleitoral; IDTP do ano anterior; PIB; região e população. Para análise dos dados foi utilizado o software R com o uso de modelos multiníveis. Os resultados apresentam indícios da influência da variabilidade do IDTP ao longo do tempo, do índice de endividamento, da variação da RCL e do ano eleitoral no comportamento da despesa com pessoal nas UF. As evidências sugerem que as ações voltadas ao cumprimento da LRF no tocante a redução do IDTP ao longo do tempo não atingiram os efeitos esperados.

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Biografia do Autor

Cristiano Sausen Soares, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Doutor em Contabilidade pelo Programa de Pós-Graduação em Contabilidade (PPGC) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis (PPGCC) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Vinícius Abilio Martins, Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)

Doutor em Contabilidade pelo Programa de Pós-Graduação em Contabilidade (PPGC) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Professor dos Programas de Pós-Graduação em Contabilidade (PPGC) e em Administração (PPGA) da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE

Fabrícia Silva da Rosa, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Doutora em Engenharia da Produção pela UFSC; Professora do Programa de Pós-Graduação em Contabilidade (PPGC) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Pedro Alberto Barbetta, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Doutor em Engenharia da Produção pela UFSC; Professor do Programa de Pós-Graduação em Contabilidade (PPGC) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

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Publicado

2022-02-23

Edição

Seção

Seção Nacional