LUCRO CONTÃBIL VERSUS RESULTADO RECORRENTE: EVIDÊNCIAS DA PERSISTÊNCIA NA INDÚSTRIA BANCÃRIA BRASILEIRA
DOI:
https://doi.org/10.4270/ruc.2021428Palavras-chave:
Resultados Recorrentes, Medidas Não-GAAP., Itens Não Recorrentes, Persistência, Medidas Não-GAAPResumo
O objetivo deste estudo foi testar empiricamente se a medida de resultado recorrente é mais persistente do que o lucro líquido contábil divulgado nos relatórios financeiros dos bancos brasileiros. A premissa assumida é que essas entidades utilizariam a classificação de itens de resultado como não recorrentes, de forma a propiciar medidas de resultados mais persistentes, mais úteis nas avaliações das ações das entidades. Para esse fim, foram estimados modelos de persistência dos resultados contábil e recorrente, utilizando duas amostras de dados de 27 bancos brasileiros listados e/ou de porte relevante. Os resultados dos testes reportaram evidências de que tanto a medida de resultado recorrente quanto o lucro líquido contábil são persistentes e que os parâmetros de persistência dos resultados recorrentes são consistentemente maiores do que os do lucro líquido contábil. Ao se considerar a amostra com maior abrangência temporal, as diferenças entre eles são estatisticamente relevantes, como esperado. Esse comportamento de maior persistência do resultado recorrente é mais destacado entre os bancos listados e sob controle estatal. Adicionalmente, foram explorados os itens de resultado divulgados pelos bancos como de natureza não recorrente, sendo constatado que o item mais citado no período examinado foi o de tributos, incluindo ativos fiscais diferidos, que em sua maior parte foram decorrentes de alterações ocorridas em alíquotas tributárias. As evidências empíricas contribuem para a evolução da literatura de medidas não-GAAP, especificamente de resultados recorrentes, como um indicador de persistência do lucro.
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