A influência de vieses cognitivos e motivacionais na tomada de decisão gerencial: Evidências empíricas em uma empresa de construção civil brasileira
DOI:
https://doi.org/10.7867/1980-4431.2014v19n3p3-22Palavras-chave:
Teoria da Utilidade Esperada, Teoria do Prospecto, Otimismo, Excesso de Confiança, Ancoragem.Resumo
A mente humana é limitada em sua habilidade de processar informações e tomar decisões. Assim, os indivíduos fazem uso de heurísticas para reduzir a complexidade do ambiente em níveis gerenciáveis, abrindo, assim, espaço para a existência de vieses no processo decisório. Heurísticas afetam o processo decisório permitindo que o gestor tenha uma tomada de decisão de grande complexidade sob condições simplificadas com o benefício da economia de tempo. Embora úteis, tornando mais eficiente o processamento de informações ao direcionar os gestores às relevâncias e urgências comuns ao processo de tomada de decisão, o seu uso pode levar a inconsistências, induzidas por vieses ou lapsos de decisão, que persistentes e previsíveis, geram padrões de comportamento. Diante disso, o objetivo desta pesquisa consiste em diagnosticar vieses cognitivos e motivacionais, particularmente, excesso de confiança, otimismo e ancoragem, em gestores de uma empresa de construção civil do Brasil. Para isso, um questionário estruturado com instrumentos selecionados na literatura sobre processo decisório, no intuito de identificar a presença de vieses foi submetido para 84 gestores de uma empresa de construção civil. A partir de testes paramétricos e não-paramétricos constatou-se que os gestores da empresa analisada: (1) são excessivamente confiantes em suas estimativas; (2) parecem mais otimistas que outros grupos de agentes econômicos; (3) são amplamente influenciados por âncoras em suas estimativas. Os resultados corroboram evidências empíricas, emanadas da literatura sobre heurísticas e vieses, particularmente, com conceitos da Teoria do Prospecto, e contrapõem-se aos conceitos oriundos da literatura que aborda o modelo racional de tomada de decisão, mais especificamente, à Teoria da Utilidade Esperada.
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