UMA ANÁLISE DA CRÔNICA “O RIO DA VIDA”, DE GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ, SOB A PERSPECTIVA DO ANTROPOCENO
DOI :
https://doi.org/10.7867/1981-9943.2024v18n02p110-128Résumé
O colombiano Gabriel García Márquez (1927-2014), assim como outros escritores do boom da literatura latino-americana na segunda metade do século XX, começou sua carreira profissional como jornalista, sobretudo compondo crônicas, pelas quais sentiu-se livre para contar as emoções humanas e o impacto de forças impessoais, como a tecnologia e a crise econômica na vida das pessoas. Nesse sentido, este trabalho visa analisar a crônica “O rio da vida” sob a perspectiva da problemática ambiental e do antropoceno, a fim de promover reflexões de ordem cultural, política e ecossistêmica voltadas especialmente para o contexto latino-americano. A metodologia que norteia este estudo é o método indiciário, exposto por Carlo Ginzburg (1989), que entende que o trabalho sobre um texto se compara ao de um detetive, no qual a interpretação centra-se sobre resíduos e dados marginais, que são considerados reveladores. Dessa forma, a pesquisa tem caráter eminentemente bibliográfico, cujas análises mesclam o aparato teórico ao texto literário de forma reticular, sem divisão entre teoria e análise. A partir de análise da crônica, conclui-se que a obra jornalística de Márquez, entremeada por suas histórias e vivências pessoais na Colômbia, tem o potencial de abordar muitas das problemáticas da América Latina, região que guarda até hoje as consequências de seu passado. Assim, “O rio da vida”, embora esteja voltada especificamente para o contexto do rio colombiano Magdalena, é o retrato da situação de descaso ambiental com muitos outros cursos de água de todo o planeta.
Téléchargements
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
Os direitos autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação reservados para esta Revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais. A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, visando manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.