UMA ANÁLISE DA CRÔNICA “O RIO DA VIDA”, DE GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ, SOB A PERSPECTIVA DO ANTROPOCENO
Resumo
O colombiano Gabriel García Márquez (1927-2014), assim como outros escritores do boom da literatura latino-americana na segunda metade do século XX, começou sua carreira profissional como jornalista, sobretudo compondo crônicas, pelas quais sentiu-se livre para contar as emoções humanas e o impacto de forças impessoais, como a tecnologia e a crise econômica na vida das pessoas. Nesse sentido, este trabalho visa analisar a crônica “O rio da vida” sob a perspectiva da problemática ambiental e do antropoceno, a fim de promover reflexões de ordem cultural, política e ecossistêmica voltadas especialmente para o contexto latino-americano. A metodologia que norteia este estudo é o método indiciário, exposto por Carlo Ginzburg (1989), que entende que o trabalho sobre um texto se compara ao de um detetive, no qual a interpretação centra-se sobre resíduos e dados marginais, que são considerados reveladores. Dessa forma, a pesquisa tem caráter eminentemente bibliográfico, cujas análises mesclam o aparato teórico ao texto literário de forma reticular, sem divisão entre teoria e análise. A partir de análise da crônica, conclui-se que a obra jornalística de Márquez, entremeada por suas histórias e vivências pessoais na Colômbia, tem o potencial de abordar muitas das problemáticas da América Latina, região que guarda até hoje as consequências de seu passado. Assim, “O rio da vida”, embora esteja voltada especificamente para o contexto do rio colombiano Magdalena, é o retrato da situação de descaso ambiental com muitos outros cursos de água de todo o planeta.
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