Os autistas falam mas serão eles ouvidos?
Resumo
Neste artigo, argumentamos que a exclusão das pessoas autistas de um envolvimento significativo na investigação científica social é tanto ética como epistemologicamente problemática, e constitui uma barreira significativa ao impacto da pesquisa. Pelo termo “significativo”, referimo-nos à inclusão de diferentes vozes autistas não apenas como fontes de material empírico, mas como participantes ativos na produção de conhecimento sobre o autismo. Discutimos duas tendências na investigação que são preocupantes: em primeiro lugar, o fracasso em explorar e envolver-se plenamente com as experiências vividas pelos participantes na investigação social; em segundo lugar, a imposição de narrativas problemáticas sobre experiências autistas, ligadas à ausência parcial ou total de envolvimento com a diversidade de trabalhos de autores autistas. Concluímos apontando alguns desenvolvimentos contemporâneos e intercâmbios intelectuais que servem como exemplos que aumentam a integridade ética e epistemológica da investigação sobre as experiências vividas de pessoas autistas.
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