Ruptura metabólica, crise ecológica e alimentar: A experiência agroecológica do MST na busca da soberania alimentar como paradigma anticapitalista

Autores

  • Leura Dalla Riva Università degli studi della Campania Luigi Vanvitelli (Unicampania Itália)
  • Clarissa de Souza Guerra Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
  • Maria Beatriz Oliveira da Silva Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Palavras-chave:

Soberania alimentar. Crise ecológica e alimentar. Experiência agroecológica. Ruptura metabólica. MST

Resumo

Este artigo parte do pressuposto de que as crises ecológica e alimentar são manifestações da ruptura metabólica na relação entre seres humanos e meio, evidenciada por Marx ao abordar o esgotamento dos solos pelo modelo agrícola capitalista e criticar o Malthusianismo, cujos argumentos fundamentaram movimentos como a Revolução Verde e o desenvolvimento do “agronegócio”, sob a premissa de promoção da Segurança Alimentar e combate à fome. Em sentido contrário, surgem os movimentos em defesa da Soberania Alimentar, como um caminho para contornar as crises mencionadas, a exemplo da experiência agroecológica do MST no Brasil. Assim, questiona-se: Quais os limites estruturais à superação da crise ambiental e à garantia de soberania alimentar nos marcos do capitalismo (rentista) e, em que medida, as experiências agroecológicas do MST se apresentam como uma alternativa concreta de superação desse modo de produção? A tentativa de resposta a esta problematização se dá a partir de uma abordagem crítica, fundamentada teórica e metodologicamente em referências marxistas. Antecipando sinteticamente a conclusão, afirma-se a impossibilidade de sair da crise ecológica e garantir a soberania alimentar nos marcos do capitalismo rentista. De outra parte, as práticas agroecológicas do MST apresentam-se como uma alternativa de resistência concreta (não de superação) ao capitalismo.

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Biografia do Autor

Leura Dalla Riva, Università degli studi della Campania Luigi Vanvitelli (Unicampania Itália)

Doutoranda em "Diritto comparato e processi di integrazioni" pela Università degli studi della Campania Luigi Vanvitelli (Unicampania - Itália). Mestre em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria. Especialista em direito ambiental e sustentabilidade (FAEL). Bacharel em Direito pela FURB. Pesquisa sobre: agroecologia, direito e marxismo, ecossocialismo, bem viver e constitucionalismo latino-americano

Clarissa de Souza Guerra, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Mestre em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria, Bacharela em Direito pela URI/Santiago. Atualmente, dedica-se a pesquisas na área da soberania alimentar, agricultura, agroecologia, crítica marxista ao direito. Servidora pública federal vinculada ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha - Campus Jaguari, desde 2014.

Maria Beatriz Oliveira da Silva, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Doutora em Direito com tese defendida em Direito Ambiental no CRIDEAU (Centro de pesquisa interdisciplinar em Direito Ambiental e Urbanismo) da Universidade de Limoges, França, sob a orientação do professor Michel Prieur. Mestra em Direitos Sociais e Políticas Públicas pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Graduada em Direito e Letras. É professora do Programa de Pós-Graduação em Direito (PPGD) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), onde leciona a disciplina 'Direito e Sustentabilidade Crítica'. Coordenadora do grupo de pesquisa Direito, Marxismo e Meio Ambiente (NudMarx), registrado no CNPq.

Publicado

2023-06-13

Edição

Seção

Artigos