DESEMPENHO ECONÔMICO E FINANCEIRO E REMUNERAÇÃO DE EXECUTIVOS EM EMPRESAS BRASILEIRAS FAMILIARES E NÃO FAMILIARES DOS SEGMENTOS CÍCLICO E NÃO CÍCLICO
DOI:
https://doi.org/10.4270/ruc.2019425Palavras-chave:
Remuneração de executivos, Indicadores financeiros, Empresas familiares, Empresas não familiares.Resumo
Este artigo possui o objetivo de verificar a relação entre o desempenho econômico e financeiro e a remuneração concedida aos executivos nas empresas brasileiras familiares e não familiares de capital aberto pertencentes aos setores de consumo cíclico e não cíclico pela análise em amostras com predominância de empresas familiares. O procedimento metodológico empregado foi o método de análise de dados em painel com modelo econométrico de regressão múltipla, adicionado de dummy de controle familiar, por meio de dados obtidos junto à Economatica® no período de 2010 a 2015. Os resultados demonstraram que o controle, propriedade e gestão das empresas familiares têm influência negativa na remuneração concedida aos executivos da diretoria que compõem o conselho estatutário da empresa e também no desempenho econômico e financeiro para a remuneração dos executivos quando comparadas às empresas não familiares. A contribuição teórica e prática desta pesquisa é complementar a estudos anteriores que investigam a remuneração dos executivos em empresas familiares e não familiares. O que se identifica é que, por meio da Teoria da Agência, empresas familiares assumem comportamentos distintos em relação à remuneração dos executivos, assim como em relação ao desempenho econômico e financeiro para remuneração dos executivos, por incorrerem em menores custos de agência. A pesquisa contribui ao propor que a menor remuneração e o menor desempenho econômico-financeiro podem ser explicados pelo menor custo de agência e pelas características das empresas familiares, ou seja, controle centralizado na família e interesses que vão além dos aspectos econômico-financeiros: a tradição do negócio, objetivos não econômicos e em horizonte de longo prazo.
Downloads
Referências
Baker, G. P., Jensen, M. C., & Murphy, K. J. (1988). Compensation and incentives: Practice vs. theory. The journal of Finance, 43(3), 593-616.
Barbera, F., & Moores, K. (2013). Firm ownership and productivity: A study of family and non-family SMEs. Small business economics, 40(4), 953-976.
Beuren, I. M., da Silva, M. Z., & Mazzioni, S. (2014). Remuneração dos executivos versus desempenho das empresas. Revista de Administração FACES Journal, 13(2).
Beuren, I. M., Pamplona, E., & Leite, M. (2020). Remuneração dos Executivos e Desempenho em Empresas Brasileiras Familiares e Não Familiares. Revista de Administração Contemporânea, 24(6), 514-531.
Beuren, I. M., Politelo, L., & Martins, J. A. S. (2013). Influência da propriedade familiar no desempenho das empresas da BM&FBovespa. Anais da Associação Nacional de Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis, Fortaleza, CE, Brasil, 7.
Braga, R., Nossa, V., & Marques, J. A. V. D. C. (2004). Uma proposta para a análise integrada da liquidez e rentabilidade das empresas. Revista Contabilidade & Finanças, 15(SPE), 51-64.
Brundin, E., Litz, R., von Schlippe, A., Memili, E., Misra, K., Chang, E. P., & Chrisman, J. J. (2013). The propensity to use incentive compensation for nonâ€family managers in SME family firms. Journal of family business management.
Buck, T., Liu, X., & Skovoroda, R. (2008). Top executive pay and firm performance in China. Journal of International Business Studies, 39(5), 833-850.
Chenevert, D., & Tremblay, M. (2009). Fits in strategic human resource management and methodological challenge: Empirical evidence of influence of empowerment and compensation practices on human resource performance in Canadian firms. The International Journal of Human Resource Management, 20(4), 738-770.
Chrisman, J. J., Devaraj, S., & Patel, P. C. (2017). The impact of incentive compensation on labor productivity in family and nonfamily firms. Family Business Review, 30(2), 119-136.
Chrisman, J. J., Chua, J. H., Pearson, A. W., & Barnett, T. (2012). Family involvement, family influence, and family–centered non–economic goals in small firms. Entrepreneurship theory and practice, 36(2), 267-293.
Chua, J. H., Chrisman, J. J., Steier, L. P., & Rau, S. B. (2012). Sources of heterogeneity in family firms: An introduction.
COMISSÃO, D. V. M. (2009). Disponível em:< http://www. cvm. gov. br>. Acesso em, 15(06), 2020.
Conyon, M. J., Peck, S. I., & Sadler, G. V. (2001). Corporate tournaments and executive compensation: Evidence from the UK. Strategic Management Journal, 22(8), 805-815.
Core, J. E., Holthausen, R. W., & Larcker, D. F. (1999). Corporate governance, chief executive officer compensation, and firm performance. Journal of financial economics, 51(3), 371-406.
Cunha, P. R., & Politelo, L. (2013). Determinantes do nível de governança corporativa das empresas brasileiras de capital aberto do setor de consumo cíclico da BM&FBovespa. Advances in Scientific and Applied Accounting, 6(2), 211-235.
Degenhart, L., Vogt, M., Kaveski, I. D. S., Fank, O. L., & Scarpin, J. E. (2016). Análise dos fatores determinantes do desempenho das empresas familiares brasileiras de capital aberto listadas na BM&FBOVESPA do setor de consumo cíclico. ConTexto, 16(33), 74-89.
Eisenhardt, K. M. (1989). Agency theory: An assessment and review. Academy of management review, 14(1), 57-74.
Farrell, A. M., Kadous, K., & Towry, K. L. (2008). Contracting on contemporaneous versus forwardâ€looking measures: An experimental investigation. Contemporary Accounting Research, 25(3), 773-802.
Fasolin, L. B., & Klann, R. C. (2015). Gerenciamento De Resultados Por Accruals Específicos em Empresas Familiares Brasileiras. In Anais do IX Congresso Anpcont.
Fávero, L. P., & Belfiore, P. (2017). Manual de análise de dados: estatística e modelagem multivariada com Excel®, SPSS® e Stata®. Elsevier Brasil.
Feltham, T. S., Feltham, G., & Barnett, J. J. (2005). The dependence of family businesses on a single decisionâ€maker. Journal of small business management, 43(1), 1-15.
Frydman, C., & Jenter, D. (2010). CEO compensation. Annu. Rev. Financ. Econ., 2(1), 75-102.
Funchal, J. D. A. (2005). Determinantes de remuneração de executivos em empresas de capital aberto latino-americanas.
Gitman, L. J. (2001). Princípios de administração financeira: essencial. Bookman.
Gómez-Mejía, L. R., Haynes, K. T., Núñez-Nickel, M., Jacobson, K. J., & Moyano-Fuentes, J. (2007). Socioemotional wealth and business risks in family-controlled firms: Evidence from Spanish olive oil mills. Administrative science quarterly, 52(1), 106-137.
Gomez-Mejia, L. R., Larraza-Kintana, M., & Makri, M. (2003). The determinants of executive compensation in family-controlled public corporations. Academy of management journal, 46(2), 226-237.
Gong, G., Li, L. Y., & Shin, J. Y. (2011). Relative performance evaluation and related peer groups in executive compensation contracts. The Accounting Review, 86(3), 1007-1043.
Jensen, M. C., & Murphy, K. J. (1990). Performance pay and top-management incentives. Journal of political economy, 98(2), 225-264.
Jensen, M. C., & Meckling, W. H. (2008). Teoria da firma: comportamento dos administradores, custos de agência e estrutura de propriedade. Revista de Administração de Empresas, 48(2), 87-125.
Kato, T. (1997). Chief executive compensation and corporate groups in Japan: New evidence from micro data. International Journal of Industrial Organization, 15(4), 455-467.
Krauter, E. (2009). Contribuições do sistema de remuneração dos executivos para o desempenho financeiro: um estudo com empresas industriais brasileiras (Doctoral dissertation, Universidade de São Paulo).
Krauter, E. (2013). Remuneração de executivos e desempenho financeiro: um estudo com empresas brasileiras. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade (REPeC), 7(3).
Lee, S. P., & Isa, M. (2015). Directors’ remuneration, governance and performance: The case of Malaysian banks. Managerial Finance.
Matarazzo, D. C., & Pestana, A. O. (2010). Análise financeira de balanços: abordagem básica e gerencial: livro de exercícios. Atlas.
Mathauer, I., & Imhoff, I. (2006). Health worker motivation in Africa: the role of non-financial incentives and human resource management tools. Human resources for health, 4(1), 24.
Mehran, H. (1995). Executive compensation structure, ownership, and firm performance. Journal of financial economics, 38(2), 163-184.
Minichilli, A., Corbetta, G., & MacMillan, I. C. (2010). Top management teams in familyâ€controlled companies:‘familiness’,‘faultlines’, and their impact on financial performance. Journal of management studies, 47(2), 205-222.
Mazzi, C. (2011). Family business and financial performance: Current state of knowledge and future research challenges. Journal of Family Business Strategy, 2(3), 166-181.
Murphy, K. J. (1999). Executive compensation. Handbook of labor economics, 3, 2485-2563.
Murphy, K. J. (2012). Executive compensation: Where we are, and how we got there. George Constantinides, Milton Harris, and René Stulz (eds.), Handbook of the Economics of Finance. Available at SSRN 2041679.
Nascimento, E. M., Barbosa Neto, J. E., da Cunha, J. V. A., & Dias, W. D. O. (2013). Teoria da Agência e Remuneração de Executivos: influência do uso de stock options no desempenho das empresas brasileiras. Revista Iberoamericana de Contabilidad de Gestión, 11(21), 1-16.
Neto, A. A., & Lima, F. G. (2009). Curso de administração financeira. Atlas.
Petry, L. I., & Nascimento, A. M. (2009). Um estudo sobre o modelo de gestão e o processo sucessório em empresas familiares. Revista Contabilidade & Finanças, 20(49), 109-125.
Ramalho, G. C., & Martinez, A. L. (2014). Empresas Familiares Brasileiras e a Agressividade Fiscal. In Congresso USP de Controladoria e Contabilidade (Vol. 14).
Salancik, G. R., & Pfeffer, J. (1980). Effects of ownership and performance on executive tenure in US corporations. Academy of Management journal, 23(4), 653-664.
Santos, T. R., & Silva, J. O. (2018). A influência da família tem algum efeito? Análise da remuneração dos executivos das empresas familiares e não familiares. Revista de Contabilidade e Organizações, 12.
Schnorrenberger, D., da Costa Borba, J., Gasparetto, V., & Lunkes, R. J. (2013). Estrutura de capital e rentabilidade: estudo longitudinal de empresas listadas na BM&FBOVESPA. Registro Contábil, 5(1), 86.
Shyu, J. (2011). Family ownership and firm performance: evidence from Taiwanese firms. International Journal of Managerial Finance.
Silva, J. O. (2010). Relação entre a remuneração variável dos gestores e o gerenciamento de resultados nas empresas de capital aberto brasileiras (Doctoral dissertation, Dissertação de Mestrado em Ciências Contábeis, Fundação Universidade Regional de Blumenau-FURB, Brasil).
Silva, J. O. D. (2015). Remuneração variável de executivos em empresas familiares brasileiras (Doctoral dissertation, Universidade de São Paulo).
Silva, A. D., Souza, T. R. D., & Klann, R. C. (2016). Tempestividade da informação contábil em empresas familiares brasileiras. Revista de Administração de Empresas, 56(5), 489-502.
Silva, F., & Majluf, N. (2008). Does family ownership shape performance outcomes?. Journal of Business Research, 61(6), 609-614.
Speckbacher, G., & Wentges, P. (2012). The impact of family control on the use of performance measures in strategic target setting and incentive compensation: A research note. Management Accounting Research, 23(1), 34-46.
Vasconcelos, A. F., & do Monte, P. A. (2013). A remuneração de executivos e o desempenho financeiro das empresas brasileiras. Registro Contábil, 4(1), 1-18.
Wowak, A. J., & Hambrick, D. C. (2010). A model of personâ€pay interaction: how executives vary in their responses to compensation arrangements. Strategic Management Journal, 31(8), 803-821
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os direitos autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais. A revista permitirá o uso dos trabalhos publicados para fins não-comerciais, incluindo direito de enviar o trabalho para bases de dados de acesso público. Os artigos publicados são de total e exclusiva responsabilidade dos autores.
• O(s) autor(es) autoriza(m) a publicação do artigo na revista;
• O(s) autor(es) garante(m) que a contribuição é original e inédita e que não está em processo de avaliação em outra(s) revista(s);
• A revista não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es);
• É reservado aos editores o direito de proceder ajustes textuais e de adequação do artigo às normas da publicação;
• O(s) autor(es) declaram que o artigo não possui conflitos de interesse.