ESTUDANDO E PESQUISANDO TEORIA: O FUTURO CHEGOU?

Autores

  • Sérgio de Iudícibus Doutor em Controladoria e Contabilidade pela FEA/USP Professor de Pós-graduação na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
  • Eric Aversari Martins Doutor em Controladoria e Contabilidade pela FEA/USP Professor na FIPECAFI

DOI:

https://doi.org/10.4270/ruc.2015106-24

Palavras-chave:

Teoria da Contabilidade, Normatização, Regulação, Pesquisa Contábil

Resumo

Há uma sensação generalizada, nos últimos tempos, de que há uma inversão de papéis entre os normatizadores contábeis e os acadêmicos: os primeiros passaram a ser os grandes responsáveis pelos estudos teóricos, ao passo que os segundos cada vez mais se distanciam dos aspectos conceituais mais profundos da contabilidade. Tal fato se dá por conta do processo amplamente difundido no mundo de harmonização das normas locais com as do IASB, que leva os normatizadores a serem imersos cada vez mais em aspectos conceituais, mas também devido à mudança de eixo das pesquisas acadêmicas, cada vez mais descritivas e empíricas e, atualmente, raras em termos conceituais. Todavia, tanto o viés imposto pelo IASB de prover informações principalmente para os fornecedores de capital das empresas quanto a necessidade pragmática de implementação de normas, levam os normatizadores a pensarem já com um viés prático definido a priori. Por outro lado, o pensamento acadêmico teórico pode ser livre de tal viés e permitir visões mais amplas e até mesmo divergentes do status quo normativo. A união desses dois segmentos da comunidade contábil, e não sua segregação, faz-se cada vez mais premente tendo em vista a necessidade de evolução, não somente da teoria da contabilidade, mas também das próprias normas contábeis. Diversos temas são apontados como exemplos de necessidades de estudos mais aprofundados para que tal evolução seja possível.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALMEIDA, J. E. F.; MARTINS, E. A.; ZANOTELI, E. J. Estrutura Conceitual na Prática. In: Ernani Ott; Roberta Carvalho de Alencar. (Org.). PROCONTAB: Contabilidade NBC CPC IFRS: Programa de Atualização em Contabilidade: Ciclo 1. 1ed. Porto Alegre: Arted/Panamericana, 2014, p. 57-111.

BALL, R.; BROWN, P. An empirical evaluation of accounting income numbers. Journal of Accounting Research, v. 6, p. 159 - 177, 1968. http://dx.doi.org/10.2307/2490232

BRYER, R. A. A marxist critique of the FASB'S conceptual framework. Critical Perspectives on Accounting, v. 10, n. 5, p. 551-589, 1999. http://dx.doi.org/10.1006/cpac.1999.0358

CHUA, W. F. In search of ‘successful’ accounting research. European Accounting Review, v. 20, n. 1, p. 27-39, 2011. http://dx.doi.org/10.1080/09638180.2011.559033

EDWARDS, E.; BELL, P. The theory and measurement of business income. Berkeley: Universitiy of California, 1961.

FELTHAM, G. A.; OHLSON, J. A. Valuation and Clean Surplus Accounting for Operating and Financial Activities. Contemporary Accounting Research, v. 11, n. 2, 1995. http://dx.doi.org/10.1111/j.1911-3846.1995.tb00462.x

GLAUTIER, M. W. E.; UNDERDOWN, B. Accounting theory and practice. 7th ed. Harlow: Prentice Hall, 2001.

GLOVER, J. Have Academic Accountants and Financial Accounting Standard Setter Traded Places. Accounting, Economics and Law, v. 4, n. 1, p. 17-26 2014. http://dx.doi.org/10.1515/ael-2014-0001

HENDRIKSEN, E. S.; VAN BREDA, M. F. Teoria da contabilidade. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

HOPWOOD, A. G. Whither accounting research? Accounting Review, v. 82, n. 5, p. 1365, 2007. http://dx.doi.org/10.2308/accr.2007.82.5.1365

IUDÍCIBUS, S. Teoria da contabilidade. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

KAM, V. Accounting Theory. 2nd. Nova Iorque: John Wiley & Sons, 1990.

KAPLAN, R. S. Accounting Scholarship that Advances Professional Knowledge and Practice. The Accounting Review, v. 86, n. 2, p. 367-383, 2011. http://dx.doi.org/10.2308/accr.00000031

LAMBERTON, G. Sustainability accounting—a brief history and conceptual framework. Accounting Forum, v. 29, n. 1, p. 7-26, 2005. http://dx.doi.org/10.1016/j.accfor.2004.11.001

LOPES, A. B.; IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E. Sobre a Necessidade de se Estudar Contabilidade e (e não ou) Finanças. Revista Contabilidade & Finanças, v. 19, n. 47, p. 1-5, 2008. http://dx.doi.org/10.1590/S1519-70772008000200001

MACNEAL, K. Truth in Accounting. Lawrence: Scholars Book Co., 1939.

MACVE, R. Trading Places: a UK (and IFRS) Comment. Accounting, Economics and Law, v. 4, n. 1, p. 27–40 2014. http://dx.doi.org/10.1515/ael-2013-0011

MARTINS, E. A. Pesquisa contábil brasileira: uma análise filosófica. 2012. Tese (Doutorado). Departamento de Contabilidade e Atuária da Faculdade de Economia e Administração, Universidade de São Paulo

MARTINS, E. A.; CARVALHO, L. N. G. Ciência da contabilidade: um ensaio teórico sobre seu objetivo e objeto. In: Congresso USP de Controladoria e Contabilidade, 11., 2011, São Paulo. Anais..., 2011.

MARTINS, E. Pesquisa Contábil e Teoria da Contabilidade: uma análise do objetivo da Ciência da Contabilidade. In: SBTCont, 2., 2011. Anais..., 2011.

MARTINS, Eliseu. Inversão de papéis. Revista Contabilidade & Finanças. São Paulo, v. 25, n. 65, agosto 2014. http://dx.doi.org/10.1590/S1519-70772014000200002.

MATTESSICH, R. Accounting and analytical methods. Homewood: Irwin, Inc., 1964.

MOST, K. S. Accounting Theory. Columbus: Grid, 1977.

OHLSON, J. A. et al. A Framework for Financial Reporting Standards: Issues and a Suggested Model. Accounting Horizons, v. 24, n. 3, p. 471-485, 2010. http://dx.doi.org/10.2308/acch.2010.24.3.471

PACIOLI, L. Summa de Arithmetica, Geometria proportioni et propornalità . Veneza: 1949.

PATON, W. A. Accounting Theory. Nova Iorque: The Ronald Press Company, 1922.

RIAHI-BELKAOUI, A. Accounting Theory. Londres: Thomson, 2004.

SCHROEDER, R. G.; CLARK, M. W. Accounting theory. 6th ed. Nova Iorque: John Wiley & Sons, 1998.

WOLK, H. I.; DODD, J. L.; ROZYCKI, J. J. Accounting theory: conceptual issues in a political and economic environment. 7th ed. Los Angeles: Sage, 2008.

ZEFF, S. A. Some Historical Reflections on “Have Academic and the Standard Setters Traded Places?" Accounting, Economics and Law, 2014. doi 10.1515/ael-2013-0028

Publicado

2015-03-30

Edição

Seção

Seção Nacional