CONSERVADORISMO CONDICIONAL NA INDÚSTRIA BANCÁRIA BRASILEIRA EM SITUAÇÕES DE MAIOR PERCEPÇÃO DE RISCO
DOI:
https://doi.org/10.4270/ruc.20139Palavras-chave:
Conservadorismo Contábil, Bancos, Riscos, Ganhos e Perdas, Resultados.Resumo
Estudos sobre o conservadorismo condicional, que pressupõe uma assimetria no reconhecimento de boas e más notícias nos resultados, são relativamente comuns na literatura contábil, tanto em âmbito internacional como nacional. Os que examinam essa prática no âmbito da indústria bancária, porém, são recentes e escassos. O presente artigo procura contribuir para preencher essa lacuna, tendo como propósito verificar se os resultados contábeis dos bancos brasileiros registram evidências de conservadorismo condicional e, mais especificamente, se essa prática pode ser associada a situações de maior percepção de risco. Para a realização dos testes empíricos foram utilizados os dados das informações financeiras trimestrais dos bancos comerciais, bancos múltiplos e caixas econômicas, entre 2001 e 2010. As proxies representativas das situações de maior percepção de risco foram construídas em função dos períodos caracterizados como de risco sistêmico, do Índice de Basileia e do nível de capitalização contábil dos bancos. As evidências obtidas confirmaram, inicialmente, a premissa de assimetria no reconhecimento das boas e más notícias, com o diferimento dos ganhos econômicos e reconhecimento mais tempestivo das perdas, corroborando a hipótese de conservadorismo condicional nos resultados contábeis dos bancos brasileiros. Não foi confirmada a expectativa de aumento dessa prática em momentos definidos como de risco sistêmico e por parte de bancos com menor Índice de Basileia. Quando a proxy de situação de risco é baseada no nível de capitalização eminentemente contábil, porém, os testes revelaram associação negativa entre o reconhecimento mais tempestivo das perdas econômicas e o nível de participação do capital próprio na estrutura de capitais das instituições.
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