SUSTENTABILIDADE NOS PRINCIPAIS BANCOS BRASILEIROS: UMA ANÁLISE SOB A ÓTICA DA GLOBAL REPORTING INITIATIVE

Autores

  • Elaine Petil Nogueira Universidade Municipal de São Caetano do Sul
  • Ana Cristina de Faria Universidade Municipal de São Caetano do Sul

DOI:

https://doi.org/10.4270/ruc.20128

Palavras-chave:

Global Reporting Initiative, Informações Socioambientais, Instituições Financeiras, Sustentabilidade.

Resumo

Este estudo objetiva identificar e analisar o nível de evidenciação dos indicadores essenciais da Global Reporting Initiative (GRI) por parte dos maiores bancos brasileiros, no intuito de observar se estes estão comprometidos, efetivamente, com a sustentabilidade. Esta pesquisa exploratória classifica-se como documental, em função de utilizar-se dos relatórios de sustentabilidade de cinco bancos: Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Citibank e HSBC. Apenas os indicadores essenciais da GRI foram contemplados, já que apresentam relevância para os stakeholders. As instituições financeiras foram submetidas a análise quanto ao Grau de Aderência Plena (GAPIE) e ao Grau de Evidenciação Efetiva (GEE) aos indicadores da GRI. Dos 49 indicadores analisados, constatou-se o seguinte desempenho: Santander: 84% dos indicadores apresentados, sendo 78% de aderência plena e o restante de aderência parcial; HSBC: 80% dos indicadores apresentados, sendo 62% de aderência plena, 21% de aderência parcial; Bradesco: 84% dos indicadores apresentados, sendo 51% de aderência plena e 15% parcial; Itaú Unibanco: 88% dos indicadores foram apresentados, com 44% de aderência plena, 9% aderência parcial; Citibank: 47% dos indicadores foram apresentados, sendo 61% de aderência plena, 13% aderência parcial. Os resultados obtidos contribuem para evidenciar que, apesar de a GRI ser uma organização não governamental, a aderência dos maiores bancos brasileiros aos seus métodos é grande, uma vez que nenhum deles apresentou classificação baixa, tanto nos resultados do GAPIE quanto do GEE. Isso denota que os bancos analisados estão comprometidos com as evidências socioambientais, que são importantes para o fornecimento de informações coesas aos seus stakeholders.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Elaine Petil Nogueira, Universidade Municipal de São Caetano do Sul

Especialista em Controladoria e Contabilidade Estratégica pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul.

Ana Cristina de Faria, Universidade Municipal de São Caetano do Sul

Doutora em Controladoria e Contabilidade pela FEA/USP e Professora do Programa de Pós Graduação em Administração da Universidade Municipal de São Caetano do Sul.

Referências

BECKER, J. Making sustainable development evaluations work. Sustainable Development, Chichester, v. 2, n. 4, p. 200-211, 2004. http://dx.doi.org/10.1002/sd.236

BENNETT, M.; BOUMA, J.; WOLTERS, T. The development of environmental management accounting: general introduction and critical review. In: BENNETT, M.; BOUMA, J.; WOLTERS, T. (eds). Environmental Management Accounting: Information and Institutional Development. Kluwer Academic Publishers. p. 1-18, 2002. http://dx.doi.org/10.1007/0-306-48022-0_1

BM&FBOVESPA. Índice de sustentabilidade empresarial: ISE. Disponível em <http://www.bmfbovespa.com.br/indices/ResumoBoletimISE.aspx?eIdioma=pt-br>. Acesso em: 14 de abril de 2011.

BANCO DO BRASIL. Relatório de sustentabilidade - dezembro/ 2009 – exercício. Disponível em <http://www.bb.com.br/docs/pub/siteEsp/ri/pt/dce/dwn/sustent2009.pdf> Acesso em 26 de setembro de 2010.

BRADESCO. Relatório de sustentabilidade 2009. Disponível em <http://www.bancodoplaneta.com.br/site/>. Acesso em: 26 de setembro de 2010.

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. Relatório de Sustentabilidade 2009. Disponível em: <http://www1.caixa. gov.br/popup/Generico/450x440_1.asp>. Acesso em: 3 de outubro de 2010.

CAMARGO, P. O. A Evolução Recente do Setor Bancário no Brasil. Dissertação (Mestrado em Ciências Econômicas) – Faculdade de Ciências e Letras – UNESP, Araraquara, 2009.

CARVALHO, F. M. Análise da utilização dos indicadores essenciais da Global Reporting Initiative nos relatórios sociais em empresas latino-americanas. 2007. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) – FACC/UFRJ, Rio de Janeiro, 2007.

CASTRO, F. A. R.; SIQUEIRA, J. R. M.; MACEDO, M. A. S. Análise da utilização dos indicadores essenciais da versão “G3”, da Global Reporting Initiative, nos relatórios de sustentabilidade das empresas do setor de energia elétrica sul americano. In: SIMPOI, 2009. Anais... São Paulo/SP, 2009.

CLEMENTE, A.; KÜHL, M.R. Intermediação Financeira no Brasil: Influencia da Taxa de Captação sobre a Taxa de Aplicação. In: Congresso USP de Controladoria e Contabilidade, 6., 2006. Anais.... São Paulo, 2006.

CNUMAD - CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO: Agência 21. Brasília: Senado Federal, 1996.

DIAS, L. N. S. Análise da utilização dos indicadores do Global Reporting Initiative nos relatórios sociais em empresas brasileiras. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) – FACC/UFRJ, Rio de Janeiro, 2006.

DIAS, R. Gestão ambiental: responsabilidade social. São Paulo: Atlas, 2009.

DJSI - DOW JONES SUSTAINABILITY INDEX. Dow Jones Sustainability World Index. Disponível em: <http://www.sustainability-index.com/djsi_pdf/publications/Factsheets/ SAM_IndexesMonthly_DJSIWorld.pdf> Acesso em 20 de dezembro de 2010.

EQUADOR-PRINCIPLES. Os “Princípios do Equador”. Um referencial do setor financeiro para identificação, avaliação e gestão de risco socioambiental no financiamento de projetos. 2006. Disponível em: <http://www.equator-principles.com/documents/ep_translations/EP_Portuguese.pdf> Acesso em: 09 de setembro de 2010.

EXAME Especial. Melhores e Maiores: As 1000 maiores empresas do Brasil. São Paulo: Abril, 2010.

FEBRABAN – Federação Brasileira dos Bancos. Bancos e Desenvolvimento Sustentável. Julho de 2011. Disponível em: <http://www.febraban.org.br/p5a_52gt34++5cv8_ 4466+ff145afbb52ffrtg33fe36455li5411pp+e/sitefebraban/Bancos%20e%20Desenvolvimento%20Sustent%E1vel%20-%20julho%202011.pdf>. Acesso em: 06 de Agosto de 2012.

FERREIRA, A. C. S. Contabilidade Ambiental. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2006.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2008.

GRI - Global Reporting Iniative. Diretrizes para relatório de sustentabilidade. 2006. Disponível em <http://www.globalreporting.org/NR/rdonlyres/4855C490-A872-4934-9E0B-8C2502622576/2725/G3_POBR_RG_Final_with_cover.pdf> Acesso em: 19 de outubro de 2010.

GRI - Global Reporting Iniative. Níveis de aplicação da GRI. 2006b. Disponível em <http://www.globalreporting.org/NR/rdonlyres/4855C490-A872-4934-9E0B-8C25026 22576/5273/AL_G3_Portuguese_BR.pdf> Acesso em 19 de outubro de 2010.

HARDI, P. Assessing sustainable development: principles in practice. Winnipeg: Canadian Cataloguing in Publication Data, 1997.

HASSELDINE, J; SALAMA, A; TOMS, J. Quantity versus quality: the impact of environment disclosures on the reputation of UK Plcs. The British Accounting Review, v. 37, n. 2, p. 231-248. 2005. http://dx.doi.org/10.1016/j.bar.2004.10.003

HSBC. Relatório de sustentabilidade 2009. Disponível em <http://www.hsbc. com.br/1/2/campanhas/relatorio-de-sustentabilidade-2009?WT.ac=HBBR_SHSDP_2 0100906>. Acesso em 03 de outubro de 2010.

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Indicadores de Desenvolvimento Sustentável: Brasil 2010. Disponível em: <http://www.ibge. gov.br/home/geociencias/recursosnaturais/ids/ids2010.pdf> Acesso em 12 de dezembro de 2010.

IISD - International Institute for Sustainable Development. Sustainable development indicators. 2005. Disponível em: <http://www.iisd.org/pdf/2005/measure_indicators_sd_way_forward.pdf>. Acesso em 05 de Julho de 2012.

INSTITUTO ETHOS. Guia para elaboração de balanço social e relatório de sustentabilidade 2007. Disponível em: <http://www.ethos.org.br/_Uniethos/Documents/Guia

Balanco2007_PORTUGUES.pdf> Acesso em: 24 de novembro de 2010.

ITAÚ UNIBANCO. Relatório anual de sustentabilidade 2009. Disponível em: . Acesso em 26 de setembro de 2010.

KRAJNC, D.; GLAVIC, P. Indicators of sustainable production. Clean Technology Environment Policy, n. 5, p. 279–288, 2003. http://dx.doi.org/10.1007/s10098-003-0221-z

LABUSCHAGNE, C. et. al. Assessing the sustainability performance of industries. Journal of Cleaner Production, v. 13, n. 4, p. 373–385, march 2005. http://dx.doi.org/10.1016/j.jclepro.2003.10.007

LOURENÇO, M. S. Questões Técnicas na Elaboração de Indicadores de Sustentabilidade. In: Seminário UNIFAE de Sustentabilidade, 1., 2006, Curitiba. Anais... Curitiba: UNIFAE Centro Universitário, 2006.

MONEVA, J. M.; ARCHEL, P.; CORREA; C. GRI and the Camouflaging of Corporate Unsustainability. In: Accounting Forum, Florida, 2006. Proceedings... 2006

NASCIMENTO, V. M.; PEREIRA, V.L.D.V.; SILVA, S.L.; VAN BELLEN, H.M. Análise da Utilização dos Indicadores Essenciais da Versão GR3, do GRI, dos Relatórios das Empresas do Setor Bancário Brasileiro. In: Congresso USP de Controladoria e Contabilidade, 11., 2011. Anais…. São Paulo, 2011.

PARIS, T. M; KATES, R. W. Characterizing and measuring sustainable development. Annual Review of Environmental Resources, v. 28, p. 559-586, 2003. http://dx.doi.org/10.1146/annurev.energy.28.050302.105551

PATTEN ,D.; CHO, C. The Role of Environmental Disclosures as Tools of Legitimacy: a Research Note. Accounting, Organizations and Society, v.32. p. 639-647, 2007. http://dx.doi.org/10.1016/j.aos.2006.09.009

RIBEIRO, M. S. Contabilidade ambiental. São Paulo: Saraiva, 2006.

RIBEIRO, P. C. T. M. Relatório de sustentabilidade nos padrões GRI em organizações não empresariais: aplicação na Reserva Extrativista Marinha de Arraial do Cabo. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). COPPE/ UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

RICHARDSON, R. J. Pesquisa Social: Métodos e Técnicas. 3a. Ed. São Paulo: Atlas, 2009.

SANTANDER. Relatório Anual 2009. Disponível em: <http://www.ri.santander.com. br/web/conteudo_pt.asp?idioma=0&tipo=230&conta=28#> Acesso em 26 de setembro de 2010.

SEARCY, C. et. al. Designing sustainable development indicators: analysis for a case study. Measuring Business Excellence, v. 9, n. 2, p.33–41, june 2005. http://dx.doi.org/10.1108/13683040510602867

TINOCO, J. E. P. Balanço social e relatório de sustentabilidade. São Paulo: Atlas, 2010.

TINOCO, J. E. P.; KRAEMER, M. E. P. Contabilidade e gestão ambiental. São Paulo: Atlas, 2004.

UNCTAD - UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELOPMENT. Integrating environmental and financial performance at the enterprise level: a methodology for standardizing eco-efficiency indicators. Geneva: United Nations, 2000.

WARHURST, A. Sustainability indicators and sustainability performance management. Warnick: University of Warwick, 2002.

Publicado

2012-12-31

Como Citar

Nogueira, E. P., & Faria, A. C. de. (2012). SUSTENTABILIDADE NOS PRINCIPAIS BANCOS BRASILEIROS: UMA ANÁLISE SOB A ÓTICA DA GLOBAL REPORTING INITIATIVE. Revista Universo Contábil, 8(4), 119–139. https://doi.org/10.4270/ruc.20128

Edição

Seção

Seção Nacional