O SISMÓGRAFO SOCIAL DE DECROUX
DOI:
https://doi.org/10.7867/2236-6644.2015v20n1p03-21Resumo
Este artigo descreve alguns desequilíbrios nas relações entre tendência política e textualidade corporal na representação da figura histórica do trabalhador na obra l’usine de étienne decroux (1898-1991), a fim de elaborar uma reflexão sobre o papel político da arte. Apropriando-se dos conceitos benjaminianos de tendência política e qualidade literária, tomados aqui por seus correlatos – conteúdo político e textualidade corporal – é defendida a ideia de que a relação dialética entre espanto e encanto frente às novas coreografias da modernidade, especificamente àquelas determinadas pelas novas relações de produção industrial, distendem formalmente o potencial crítico da obra. Considerando o contexto histórico dos dois “personagens” deste artigo – a frança de decroux e a alemanha de walter benjamin (1892-1940) no período do entre-guerras – estes desencaixes formais são compreendidos como registros sismográficos de alguns tremores sociais da modernidade.