JOVENS DIRETORES E SEU PROCESSO DE APRENDIZADO

Autores

  • Vera Collaço UDESC

DOI:

https://doi.org/10.7867/2236-6644.2011v16n2p15-29

Resumo

Constantin Stanislavski delimitava os diretores em dois grupos: os que se formam e os que nascem diretores. E para vir a ser um diretor existe, ainda segundo este pedagogo russo, um longo e sensível percurso a ser realizado pelo aspirante a profissão. Assim, surge a questão inúmeras vezes pontuada pelos estudiosos da mise-en-scène: é possível ensinar uma pessoa a dirigir um espetáculo? Quais os procedimentos mais adequados para este processo de ensino-aprendizagem? No curso de licenciatura e bacharelado em teatro do CEART parte-se do pressuposto que é necessário oferecer aos acadêmicos experiência em direção teatral. Para isso existe duas disciplinas que oferecem embasamento teórico/prático. Estas disciplinas são oferecidas na 7a e 8a fase respectivamente, com uma carga horária de 6 créditos semestrais. Neste primeiro semestre de 2011 estou ministrando a disciplina Prática de Direção Teatral I, e acompanhando 13 montagens elaboradas por 15 acadêmicos da 7a fase do referido curso. Nesta comunicação objetivo debater os procedimentos adotados para desenvolver estas 13 encenações, bem como pontuar as observações resultantes dos encontros teórico-práticos e dos ensaios realizados, pautando-me por questões relativas à escolha e estrutura dos "textos" encenados, seleção do elenco e equipe técnica, organização do trabalho no espaço/tempo, bem como os diferentes processos de elaboração das encenações. Palavras - Chave: Encenação. Ensino de Direção Teatral. Prática Cênica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Vera Collaço, UDESC

Em minha vida acadêmica e profissional entrelacei com constância duas áreas de conhecimento: Teatro e História. No ano de 1972 ingressei no curso de História da Universidade Federal de Santa Catarina, neste mesmo ano comecei a fazer teatro amador, como atriz, atuando no espetáculo Catacumba 2000, que foi apresentado no primeiro Teatro de Arena de Santa Catarina o saudoso Teatro Trapiche. A paixão pelo teatro me levou a São Paulo e a ECA/USP, em 1976, onde obtive o titulo de mestre em teatro, com dissertação sobre a história do teatro catarinense. A partir de 1980, eu retorno à Florianópolis e passei a atuar na vida acadêmica da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e na administração cultural, na Fundação Catarinense de Cultura (FCC). Da década de 1980 atuei na administração cultural, seja dirigindo o setor de teatro da FCC ou como diretora do Teatro Ademir Rosa. Ao mesmo tempo em que me envolvia com a administração cultural, também dirigia meu olhar para as questões pedagógicas do teatro, e assim, com um grupo de professores, participei da fundação da primeira Escola de Teatro de Santa Catarina. Nesta escola dirigi o espetáculo Woyzeck, de Buchner. Na década de 1980 dediquei-me a várias atividades: administração cultural, na FCC; ao ensino, no CEART e ao teatro, participando do Grupo Teatro Entre Atos e Retratos, onde era responsável pela direção dos espetáculos. Destas direções destaco: O Inimigo do Povo, de Ibsen; Bella Ciao, de Alberto Abreu e Revolução na América do Sul, de Augusto Boal. A partir de 1986 voltei-me exclusivamente para o curso de Artes Cênicas da UDESC. Neste Centro, por muitos anos, assumi a parte administrativa, sendo Diretora Geral de 1990 a 1998. Ao sair deste cargo, em 1998, decidi que era hora de voltar-me, apenas, ao ensino de teatro. Para tanto era necessário renovar meus conhecimentos. Com isso fui fazer doutorado, e aqui, mais uma vez, uni a História e o Teatro. Meu doutorado foi realizado no programa de História Cultural, da UFSC, com tese em teatro: O teatro da União Operária - Um palco em sintonia com a modernização brasileira, defendida em 2004. E desde então retornei à sala de aula na graduação e nos cursos de mestrado e doutorado em teatro do PPGT/CEART-UDESC.

Downloads

Como Citar

Collaço, V. (2011). JOVENS DIRETORES E SEU PROCESSO DE APRENDIZADO. O Teatro Transcende, 16(2), 15–29. https://doi.org/10.7867/2236-6644.2011v16n2p15-29