QUAL É A MINHA COR?

Resumo

Com este ensaio busco realizar uma reflexão teórica sobre a performance realizada por mim, intitulada Qual é a minha cor? É possível tal distanciamento? Ou melhor, é possível fazer tais distinções? Na prática já não está implícito uma teoria e vice-versa? Esses questionamentos foram muito freqüentes durante o período do mestrado, quando decidi me dedicar totalmente à teoria e abandonei o palco. Mas o que se processou em mim nesse período reverbera em toda minha prática, seja ela no texto, na cena ou na sala de aula. Aqui, tentarei unir essas duas rotas e descrever como se deu esse percurso. Quando iniciei o mestrado meu foco era a formação artística do ator e minha pergunta principal era se George Tabori tinha criado uma metodologia própria de direção de ator e quais seriam suas influências. Mas meu sujeito-objeto de estudo me lembrou que as pesquisas metodológicas nunca estão apartadas do que se quer falar e por que. A partir dessas reflexões, desde o fim do mestrado meu interesse era unir uma pesquisa sobre os limites entre a vida e sua representação com um tema que trabalhasse questões identitárias. Ao vir morar em Salvador, o tema saltou aos meus olhos. A questão racial tão presente nessa cidade me colocou do outro lado da linha que divide brancos e negros. E, ao ser colocada do outro lado, precisei refletir sobre essa posição que não pensava ocupar. A performance Qual é a minha cor? e o texto escrito durante o processo de criação foram elaborados dentro do grupo de estudos Pedagogia e Performance, coordenado pelo Prof. Dr. Fernando Passos, vinculado ao PPGAC/UFBA e são a tentativa de refletir dentro das artes cênicas sobre questões identitárias como as de raça e cor. (Apoio CAPES)